De ferro precisam ser os nervos, porque o Ironman exige a resistência. Afinal, os atletas encaram 3,8 km de natação, 180,2 km de ciclismo e 42,2 km de corrida. Depois de percorridos mais de 220 quilômetros em três modalidades esportivas, a esperança é que Florianópolis volte a comemorar uma vitória local. Na edição deste ano, neste domingo, a expectativa é de título nacional, o que não acontece desde 2015 na prova feminina e um ano a mais entre os homens.
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— Seria bem legal ter dois brasileiros vencendo a prova. O público já pôde vivenciar momentos com vitórias brasileiras e isso é especial para o evento, pois movimenta a cidade, o público que comparece para torcer e toda a comunidade do triatlo. Para a prova é extremamente importante e positivo nesse sentido — descreve Gustavo Pinto, diretor técnico do Caixa Ironman Brasil 2018.
Atletas mostram como venceram adversidades para disputar o Ironman
Os grandes nomes brasileiros para cruzarem a faixa antes dos adversários em Jurerê Internacional são Igor Amorelli, mineiro adotado Santa Catarina, e a paulista Carol Furriela.
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Amorelli vai largar credenciado por ser local, ter dois títulos de Ironman no currículo e ter sido vencedor do esquenta para a prova, o Ironman 70.3, que tem metade da distância total, no mês passado em Florianópolis. Além dele, estão entre os favoritos o mineiro Thiago Vinhal (recordista brasileiro no Mundial em Kona), o paulista Reinaldo Colucci (campeão do triatlo no Pan de 2011 e representante do Brasil nas Olimpíadas de 2008 e 2012) e o paranaense Guilherme Manocchio (campeão do Ironman Copenhague em 2014).
— Tudo indica que neste ano os favoritos são os brasileiros. Essa disputa é muito positiva e me dá ainda mais vontade de entrar lá e dar o melhor. Estudo os adversários, e acho que fica entre os brasileiros, mas tem gringos bons. Será uma prova bem equilibrada — contextualiza Amorelli.
No feminino a disputa será mais acirrada com as estrangeiras. Furriela vai participar pela primeira vez do Ironman. Chega em boa forma, com moral e referendada pelo título nacional de triatlo em 2014 e duas edições brasileiras da versão 70.3 da prova, na mesma época. O Brasil ainda têm chances com a paulista Bruna Mahn, a melhor do país na edição passada, com o 11ª colocação. A concorrência delas será com as norte-americanas Haley Chura (campeã do Ironman de Fortaleza em 2014) e da fortíssima Sarah Piapiano, que desde 2012 tem seis títulos de Ironman 70.3 e três de edições de Ironman.
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— Expectativa de vencer a gente sempre tem. Esse é meu primeiro Ironman Brasil e quero fazer uma boa prova e estar na disputa. Se der para brigar por pódio, já estarei bem feliz. Temos atletas experientes e que podem fazer uma ótima prova, além das gringas que vão vir fortes. Vamos para cima — garante Furriela, motivada.
Expectativa de quebra de recorde
O clima ameno e a previsão de mar calmo para a etapa de natação são os principais razões para a expectativa de que o Ironman Brasil seja marcado por quebra de recorde. Em situações similares, no ano passado os britânicos Tim Don e Susie Cheetham cravaram o melhor tempo da prova, com 7h40min23s e 8h52min00s, respectivamente. A marca de Don, por sinal, é o recorde mundial da franquia Ironman no mundo.
Florianópolis tem um dos percursos mais propícios para a quebra de recorde. Além das condições do mar para a natação, os trajetos de ciclismo e de corrida ocorrem em terreno com poucas inclinações. As gradativas quedas de tempo nos últimos quatro anos também contribuem com a expectativa.
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— O período do ano ajuda muito, pois já não está mais quente. Ano passado foi um dia fresco e que ajudou muito no rendimento dos atletas. Temos um percurso de ciclismo plano e com pouquíssimas subidas e a mesma coisa acontece na corrida, com exceção da subida da Igrejinha (Canasvieiras). Já a natação é no mar de Jurerê Internacional, que é quase uma baía e ajuda muito — explica o diretor técnico do evento Gustavo Pinto.