Nem em seus melhores sonhos Fernando Bonifácio Teixeira, de 34 anos, imaginou que o curso para gestantes feito em companhia de sua esposa há alguns meses salvaria a vida de outra criança, em pleno dia de trabalho. Ele é sócio de uma mecânica no bairro Guanabara, zona Sul de Joinville, e estava em um dia tranquilo em termos de movimento no estabelecimento. Até ouvir alguns gritos de socorro por volta das 11 horas da manhã da última quinta-feira.
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Fernando e o sócio correram até o portão de uma casa vizinha. Eles se depararam com a mãe desesperada segurando a recém-nascida que havia acabado de se engasgar e não estava correspondendo. Em um ato instintivo, Fernando imediatamente realizou manobras de primeiros socorros na tentativa de salvar a menina.
– Quando olhei ela já estava roxinha e sem reação. Ela estava com as vias respiratórias entupidas. Protegi a cabeça dela e virei de cabeça para baixo – explica
Ele conta que realizou o procedimento, mas o bebê continuou sem reação. Logo na sequência, ele aplicou outro procedimento de massagem cardíaca.
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Ainda sem resposta, Fernando tentou desobstruir as vias colocando os dedos na boca do recém-nascido. Neste momento, ela voltou a respirar.
A família veio do Haiti e tem outras duas crianças de três e cinco anos de idade. A bebê tem apenas 19 dias de vida.
– Não dava para entender o que a mãe estava falando, mas o desespero era nítido – lembra.
Os bombeiros foram acionados enquanto Fernando realizava as manobras e chegaram em torno de cinco minutos.
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– Em nenhum momento eu fiquei nervoso. Eu fiz na adrenalina e não tinha caído muito a ficha sobre o que eu tinha feito, de ter salvado uma criança. Foi automático – conta.
O bebê foi levado ao hospital. Fernando recebeu o reconhecimento dos bombeiros que agradeceram e o parabenizaram pela perfeição das manobras.
Eu fiz como se fosse com a minha filha – destaca Fernando.
Fernando conta que tem uma bebê de dois meses e, por isso, fez um curso junto com a esposa durante a gestação. Dentre as técnicas de banho e cuidados com recém-nascidos, os primeiros socorros também foram ensinados.
– A profissional comentou: Fernando, poucos pais têm essa curiosidade que você tem [sobre técnicas de socorros] – destaca.
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Ele nunca havia passado por uma situação semelhante e diz até que não sabia dessa capacidade.
Já em casa, quando começou a se dar conta do ocorrido, a reação não poderia ter sido diferente:
– Quem diria que em um dia como esse, tão calmo, eu passaria por essa situação? A gente não sabe o dia de amanhã. Quando cheguei em casa, abracei forte a minha filha porque poderia ter sido com ela – comenta.