O operador de produção Hélcio Linaltevich, 27 anos, busca forças para superar a morte da esposa Silene de Lima Oliveira, 25 anos, grávida de seis meses, e do amigo Fabiano Rosa Coelho, 21, vítimas de um acidente no entroncamento da BR-280 com a SC-413, a Rodovia do Arroz, em Guaramirim, na noite de sábado. Com a perna e o braço direito quebrados, Hélcio passou na segunda-feira por uma cirurgia no Hospital São José, mas não há previsão de alta.

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A batida entre o caminhão e o Corsa Sedan com cinco ocupantes ocorreu quando o carro bateu no canteiro central do trevo, atravessou a pista e foi atingido pelo caminhão com placas de Blumenau. Fabiano estava na direção e a mulher dele, Rayele Madeira da Silva, 19, estava no banco do carona.

No banco do passageiro, estavam Hélcio, Silene e a filha dela de quatro anos. Rayele estava na UTI em situação estável até a tarde de ontem. A menina recebeu alta no domingo e não corre risco de morte. O motorista do caminhão, José Lino Hammes, 66, não se feriu.

Por volta das 20h30 de sábado, os cinco iam para a cidade de Registro, em São Paulo, visitar parentes. Todos moravam na mesma casa, no bairro Tifa Martins, em Jaraguá do Sul, e tinham planejado aproveitar o feriadão para fazer a viagem, via BR-101. Perto do entroncamento, Fabiano perdeu o controle da direção e passou por cima do canteiro. O veículo ficou atravessado na pista e foi atingido por um caminhão que vinha no mesmo sentido. Hammes disse à Polícia Rodoviária Federal (PRF) que não viu o carro porque o trecho estava escuro e chovia forte.

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Hélcio e Silene estavam casados havia três anos, trabalhavam na área de produção de uma empresa e esperavam o primeiro filho. A filha de Silene, fruto de outro casamento, morava com eles e agora se recupera do acidente na casa dos avós maternos. Fabiano também trabalhava como operador.

– Estou me recuperando, mas a pior dor é a emocional, por perder minha mulher e meu amigo.

Na terça-feira, no mesmo local, o caminhoneiro Gilberto Cordeiro, 53 anos, teve a frente cortada por outro caminhão que vinha da Rodovia do Arroz e saiu da pista. Por pouco, o veículo não capotou.

ENTREVISTA

“Eu tentei acenar, mas o caminhoneiro não freou, não viu a gente”