Um atropelamento de seis pessoas dentro do campus da UFSC, que matou uma estudante e deixou outros cinco feridos, em 2006, volta a ser debatido na Justiça. Na época, o caso teve bastante repercussão e o motorista quase foi linchado por dirigir embriagado.

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Vladmir Martins Frasson, na época com 29 anos, entrou com uma apelação para que seu caso fosse julgado como crime culposo, sem intenção de matar. O recurso foi negado em duas instâncias e, em votação unânime, foi definido que o acusado deve ir a Júri Popular. A pena vai de cinco (culposo) a 12 anos (doloso) de prisão.

A decisão foi tornada pública na quarta-feira, na 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em Florianópolis. O advogado do acusado, André Melo Filho, afirmou que ainda não recebeu a intimação e que pretende recorrer ao Superior Tribunal de Justiça. Atualmente, Frasson aguarda a decisão em liberdade e trabalha em um banco no interior de Santa Catarina.

O acusado alegou que teria acionado o freio antes da colisão e que não teria fugido do local, mas o desembargador Leopoldo Augusto Brüggemann, relator do recurso, entende que se trata de um crime contra a vida e que o homem assumiu o risco ao sair embriagado. Conforme o processo, ele também estava em velocidade incompatível com a via em um local com intensa presença de pedestres. Já o advogado afirma que o cliente estava a 30km/h e que não tinha intenção de matar.

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Entenda o caso

O acidente aconteceu na madrugada do dia 24 de junho de 2006, na UFSC, onde uma festa junina era promovida por estudantes dos cursos de Engenharia Mecânica e Arquitetura. Por volta das 3h, o motorista teria atingido seis pessoas, entre elas, a estudante Roberta Flores Rothbarth, 21, que morreu horas depois no Hospital Celso Ramos.

Frasson foi preso um dia depois do acidente e liberado após pagar fiança. Em seguida, a polícia determinou novamente a prisão do acusado. O advogado entrou com habbeas corpus e pediu liberdade provisória. Frasson recebeu alvará de soltura há cinco anos e aguarda a decisão da Justiça em liberdade.