Após oito horas de julgamento, o réu confesso Marcelo Kroin, de 38 anos, foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão em regime fechado na tarde desta terça-feira (20), em Jaraguá do Sul. Ele é acusado de ter matado a esposa, Andreia Campos Araújo, de 28 anos, em agosto de 2018.

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De acordo com a sentença expedida pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Jaraguá do Sul, Marcelo deve responder a 20 anos por homicídio e feminicídio em duas circunstâncias: por asfixia e por recurso que dificultou a defesa da vítima; e a seis meses de reclusão mais cinco dias de multa por ocultação de cadáver.

A sentença ainda aponta ser “inviável a substituição da pena, uma vez que o crime foi praticado com violência contra a vítima (…), sendo também inviável a sua suspensão condicional, haja vista o próprio quantum (quantidade) de pena aplicada (acima de dois anos)”.

Marcelo deve continuar preso no presídio de Jaraguá do Sul.

O que diz a defesa

A defesa tem cinco dias para avaliar se irá entrar com recurso ou não em relação à diminuição da pena.

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– Nós fizemos todo o esforço para apresentar os elementos de convicção, mas é claro que o Tribunal do Júri é uma célula da sociedade e ela, neste momento, entende que o grau de reprovabilidade da perda de uma vida humana é bastante elevado. A gente tem que respeitar esse sentimento que brota da decisão do coletivo. Nesse sentido, não cabe maiores questionamentos em relação à decisão do TJ, a não ser respeitar e reconhecer este grau de reprovabilidade. E apenas discutir na esfera processual se tem algum excesso ou cabimento de algum recurso – diz o advogado Sebastião da Silva Camargo.

Relembre o caso

O corpo de Andreia foi encontrado em 5 de agosto de 2018, enrolado em um cobertor, no banco da frente do carro do companheiro. O crime foi descoberto após denúncia anônima sobre um possível feminicídio. Segundo a PM, o homem relatou, à época, que estava com a esposa na noite anterior em uma festa, onde teria acontecido uma discussão entre os dois.

Ele teria ido embora sozinho logo em seguida. Marcelo disse que, por volta das 3h, a esposa chegou embriagada em casa, onde aconteceu um novo desentendimento. Segundo o denunciado, Andreia teria o agredido e depois ido até a cozinha pegar uma faca. Neste momento, para se defender, deu um soco na vítima que teria batido a cabeça no chão e morrido.

Andreia não estava grávida

Os laudos de exumação do corpo de Andreia Campos Araújo, de 28 anos, apontaram que ela não estava grávida quando foi morta, em agosto de 2018, em Jaraguá do Sul. Os laudos foram disponibilizados à Justiça em dezembro de 2018, mas apenas neste mês o caso se tornou público, uma vez que não caminha mais em segredo de justiça.

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O acusado de tê-la matado, Marcelo Kroin, de 38 anos, era marido da vítima e foi a júri popular por feminicídio, ocultação de cadáver, homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil e asfixia.

Na prática, segundo o promotor de justiça Marcio André Zattar Cota, a mudança que deve ocorrer é na pena a ser cumprida por Marcelo. Se Andreia estivesse grávida, Marcelo poderia aumentar o tempo de pena. Agora, com o resultado dos laudos, o acusado pode cumprir uma pena menor por homicídio qualificado.

Segundo o promotor de justiça, a alegação do acusado não se sustenta. O acusado teria dito que, após uma discussão, ele teria agredido a vítima que caiu, bateu a cabeça e, por isso, teria morrido.

— O laudo pericial foi claro quando apontou que ela morreu asfixiada — diz o promotor — agora vamos ver se ele vai ficar em silêncio, como foi da última vez, ou se fará alguma consideração.

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