Um susto marcou a manhã de sexta-feira na Rua Luiz Lêoncio Buchele, no Bairro Cordeiros, em Itajaí. Perto das 10h, um aglomerado de pessoas cercou a casa de número 57. Lá estava o enfermeiro Sandro Augusto da Silva, 39 anos, que no momento de folga decidiu ajudar na obra de ampliação da própria casa e sofreu um grave acidente.
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Ele acabou caindo do segundo pavimento em cima de um portão de ferro. As grades perfuraram o abdômen e parte do tórax do enfermeiro. Silva foi levado às pressas para o Hospital Marieta Konder Bornhausen em estado grave.
– Eu só escutei o grito dele caindo, não vi como aconteceu. Ele pediu pra eu ajudar a tirar ele da grade, mas pensei que só a roupa estivesse presa. Quando vi ele ferido, levei um grande susto – conta o pedreiro Maurici Juvelino Ernesto, que trabalhava na obra no momento do acidente.
Foram os vizinhos e os trabalhadores da construção que retiraram a vítima das grades. O resgate durou cerca de 10 minutos, até a chegada do Corpo de Bombeiros. Ainda consciente, o enfermeiro foi levado ao hospital, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência.
Às 18h de sexta-feira, a assessoria de imprensa do Marieta Konder Bornhausen informou que Silva estava em estado bastante grave. Ele passou por cirurgia e foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permanecia até a noite de sexta. Vizinhos contaram que no momento da queda, Silva não usava qualquer tipo de equipamento de segurança.
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Coordenadora da Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA), Fernanda Maria de Felix Vanhoni, conta que casos de acidente de trabalho ocorridos em casa são comuns.
– O leigo, que geralmente faz os serviços de pedreiro em casa, não está acostumado a usar equipamentos de segurança e acaba relaxando. Além disso, por estar em casa, ele acha que está protegido, o que não procede. Estes são os casos mais graves de acidentes de trabalho – afirma.
Fernanda diz que ainda falta muita conscientização quanto ao uso dos equipamentos e lembra que a obrigação de fornecer e cobrar o uso dos itens, como capacete e cinto, são do contratante do serviço.
– Se acontecer algo com o pedreiro, eletricista ou pintor, o contratante também tem responsabilidade – garante.
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Cuidados
Equipamentos básicos de segurança para trabalhadores da construção civil
Cinto de segurança
Capacete
Calçados de couro
Óculos de proteção
Protetor auditivo
Serviço
Denúncias sobre falta de segurança em construções podem ser feitas pela internet, no site da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Santa Catarina, em portal.mte.gov.br/portal-mte/.