Jorge Gabriel Gonzalez, suspeito de agredir integrantes e amigos da banda de punk rock Poluição Sonora, de Joinville, já havia sido condenado em 2014. Ele e outros três homens estão no Presídio Regional de Mafra suspeitos de participarem do ataque ao grupo em São Bento do Sul, que chegava para um festival de música punk.
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Em 2014, a condenação de Jorge foi de 16 anos e três meses por duas tentativas de homicídio e a quatro meses de reclusão por lesão corporal leve. A sentença foi dada pelo 1º Tribunal do Júri do Fórum Criminal da Barra Funda, de São Paulo, após um ataque em que Jorge se envolveu em fevereiro de 2011. Ele e pelo menos outros dois agrediram quatro punks durante um ato antifascista realizado perto da Praça da República, no Centro de São Paulo.
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Na época, uma das vítimas reconheceu três dos agressores e relatou que Jorge havia deferido tacadas de baseball contra sua cabeça. Conforme relatório do processo no Portal do Tribunal de Justiça de São Paulo, as vítimas afirmaram que os agressores usaram canivete, soco inglês, facão e até uma espingarda de chumbo. Jorge foi condenado em julho de 2014 e teve seu alvará de soltura expedido em dezembro do mesmo ano.
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Em 2014, o juiz Fernando Oliveira Camargo já havia considerado que Jorge era adepto a “grupos que disseminam discriminação entre pessoas, contra objetivo fundamental da República Federativa do Brasil”. Na sentença, o juiz ainda disse que tinha receio de que os envolvidos perturbassem a ordem pública se mantidos em liberdade. Todos foram condenados por formação de quadrilha armada e absolvidos do crime de corrupção de menores, da qual haviam sido acusados por causa da participação de um adolescente.
Desta vez, além de Jorge, de 25 anos, foram presos pela agressão em São Bento do Sul, Aquiles Gabriel Batista Ribeiro, 18, Douglas de Freitas dos Passos, 26, e Hoann Marcos Gomes, 24. Na delegacia, eles foram identificados pelos integrantes da banda, que registraram um boletim de ocorrência. Dois dos agressores têm a suástica nazista tatuada no corpo.
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O delegado da Polícia Civil, Odair Rogério Sobreira Xavier, informou que os quatro foram presos em flagrante e devem ser indiciados pelos crimes de lesão corporal grave, associação armada, racismo e rixa. A juíza da 3ª Vara Criminal de São Bento do Sul manteve a prisão e todos os suspeitos, que foram encaminhados para o Presídio Regional de Mafra. Um quinto suspeito que teria participado do crime fugiu e ainda não foi encontrado.
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– Tudo se deu porque a banda que realizaria o show era do estilo punk, cujos adeptos pregam a igualdade entre todos, não fazendo qualquer discriminação em relação a minorias, como gays e negros, o que não é tolerado pelos chamados skinheads. Esses skinheads também são conhecidos como neonazistas pelas agressões contra as minorias e sua ideologia racial – afirmou o delegado.
Uma das vítimas do ataque em São Bento teve a orelha quase arrancada e sofreu um corte profundo no rosto, causado por um golpe de machado, ficou internada um dia e já recebeu alta. A outra vítima foi agredida com três golpes de martelo na cabeça e a última também sofreu um corte profundo no rosto. O delegado acredita que em razão do local e intensidade dos golpes não resta dúvida de que as vítimas sofreram perigo de morte.

