A manhã desta sexta-feira foi marcada por uma fatalidade na obra de um condomínio residencial na Rua Santo Antônia, em Barreiros, São José. O operário Luis Paes de Farias, 32 anos, morreu soterrado enquanto trabalhava em um muro de contenção no terreno por volta das 9h30. Um irmão de Luis também trabalhava no local e presenciou tudo.
Continua depois da publicidade
Luis Paes de Farias deixa a mãe e cinco irmãos (Foto: IGP/SC – Reprodução)
Equipes do Corpo de Bombeiros trabalharam por mais de uma hora no resgate da vítima, e foi preciso uma retroescavadeira para retirar a terra que ficou sobre o homem, a cerca de dois metros de profundidade. O corpo de Luis foi retirado por volta das 11h. Segundo o tenente Jair Pereira dos Santos havia a esperança que o homem estivesse em algum tipo de abrigo, pois além de terra também caíram outros materiais, mas logo que ele foi avistado constatou-se a morte:
– Quando o avistamos a médica do Samu desceu e viu que ele estava sem vida. O Instituto Médico Legal irá fazer o laudo, mas acredito que a morte tenha sido pelo traumatismo craniano – disse.
Continua depois da publicidade
Luis era natural do Paraná, e morava com a mãe em Palhoça. Não era casado e nem tinha filhos. O operário também deixa cinco irmãos.
Vizinhos relatam que desmoronamentos começaram na madrugada
O vendedor Rudimar Meroni acompanha a obra diariamente da janela. Morador da casa em frente ao terreno, via a chegada dos operários para o trabalho em kombis sempre por volta das 7 horas. Ele estava nos fundos quando ouviu o barulho e os gritos dos homens desesperados pedindo ajuda:
– Os Bombeiros chegaram rápido, mas na minha opinião não tinha condições de estarem trabalhando hoje depois de toda chuva que deu. Quando cheguei em casa ontem, por volta da meia noite, o ronda ( vigia noturno) me disse que já tinha desbarrancado algumas partes – comentou.
Continua depois da publicidade
Além de Luis, outros irmãos e parentes trabalham na construção civil na Grande Florianópolis. O tio Pedro Vieira e o irmão Miguel Paes de Farias estavam em outra obra quando foram informados do acidente e se deslocaram para Barreiros. Junto com a tristeza pela tragédia familiar veio a revolta pela situação:
– Pelo que vi não estava certo. Com a chuva que deu, não podiam trabalhar em um barranco daquele. Nós vamos pegar um advogado para nos ajudar – lamentou.
Construtora diz que foi uma fatalidade
Luiz trabalhava desde fevereiro na obra através de uma empreiteira terceirizada pela construtora Aria, responsável pela construção. Segundo o Luciano dos Santos, do departamento comercial da empresa, o acidente foi uma fatalidade:
Continua depois da publicidade
– Temos todos os itens de segurança, alvarás e vamos prestar auxílio à família – disse Luciano.
A engenheira responsável, Simone J. Falchetti Lopes da Costa, não quis dar entrevista. O Instituto Geral de Perícias esteve ainda na manhã de sexta-feira para as primeiras análises e a Polícia Civil deve investigar as causas do acidente.