O homem forte do esporte russo, Vitaly Mutko, nomeado vice-primeiro-ministro por Vladimir Putin e que dirige a organização do Mundial 2018 na Rússia, precisará deixar a Fifa após ser declarado inelegível por um risco de conflito de interesses.
Continua depois da publicidade
Mutko, de 58 anos, foi declarado inelegível “devido ao cargo de primeiro-ministro que ocupa e ao risco de interferência e conflito de interesses”, indicou à AFP uma fonte próxima à Fifa.
A comissão de governabilidade da Fifa, presidida pelo português Luis Miguel Poiares Maduro, antigo magistrado da Corte Europeia da Justiça de Luxemburgo, argumentou os princípios de “neutralidade política e prevenção de ingerência governamental” para declarar Mutko inelegível.
Leia mais:
Chelsea e Mourinho se reencontram na FA Cup
Continua depois da publicidade
Após testes no Barcelona, joia da base deixa o Grêmio
Na China, Tardelli e Gil garantem vitória sobre o time de Felipão
O relatório McLaren sobre o escândalo de doping de Estado na Rússia entre 2011 e 2015, sobretudo nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, e no qual Mutko foi citado, “não foi levado em consideração para esta decisão”, acrescentou a mesma fonte.
Mutko declarou que não apelará desta decisão da Federação Internacional, informou a agência de notícias russa Tass.
– Está fora de questão apelar – afirmou Mutko à agência, confirmando, assim, que sua candidatura foi rejeitada pela Fifa. Acrescentou, no entanto, que tudo isso não afetará a celebração do Mundial de 2018 na Rússia.
O porta-voz de Kremlin, Dmitri Peskov, declarou para a imprensa que “o Kremlin não comenta esta decisão”.
Continua depois da publicidade
Mutko, ex-ministro russo de Esportes e atual presidente da Federação russa de Futebol, é membro do Conselho da Fifa desde 2009 e era candidato a um novo mandato nesta instância internacional que define a estratégia do futebol mundial e que reúne os representantes de cada confederação.
Junto ao húngaro Sandor Csyani, ao cipriota Costakis Kutsokumnis, ao montenegrino Dejan Savicevic e ao islandês Geir Thorsteinsson, figurava em uma lista de cinco candidatos da Uefa publicada no fim de dezembro e que a instância europeia do futebol deve eleger no dia 5 de abril em seu congresso em Helsinki.
O sexto nome, de Reinhard Grindel, presidente da Federação Alemã, foi proposto posteriormente. Os cinco candidatos foram declarados elegíveis, nesta sexta-feira.
Esta decisão de inelegibilidade, tomada por uma comissão de controle da Fifa, foi transmitida nesta sexta-feira à Uefa, que agora deverá propor um novo candidato.
Continua depois da publicidade
Esta decisão não interfere no cargo de Mutko como presidente do Comitê Organizador do Mundial da Rússia 2018. O dirigente também está na Federação Russa, que “não entra na jurisdição da Fifa”, especificou a fonte.
Reforma depois de escândalo
A comissão de controle da Fifa está encarregada de examinar a elegibilidade dos candidatos apresentados por cada federação. O reforçado controle do processo faz parte de uma das reformas realizadas depois do escândalo que afetou o maior organismo do futebol e resultou na demissão do ex-presidente Sepp Blatter.
O sucessor Gianni Infantino, advogado e ex-secretário geral da Uefa, formava parte da comissão que propôs as reformas.
– É preciso perguntar sobre outras decisões dessa comissão com os candidatos que foram declarados elegíveis, quando havia um risco de alto interesse – acrescentou a fonte, que citou Ahman Ahmad, candidato da Confederação Africana (CAF) e vice-presidente do senado de Madagascar.
Continua depois da publicidade
*AFP