Uma ONG de proteção aos animais de Chapecó, no Oeste catarinense, registrou Boletim de Ocorrência contra um suspeito de agredir e matar uma cadela na última sexta-feira. Laika, que tinha cerca de dois anos de idade, foi encontrada enterrada em um terreno próximo à casa do dono, na região do bairro Alvorada, apresentando graves sinais de violência.

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O B.O. foi registrado na 3ª Delegacia de Polícia da Comarca de Chapecó por Beatriz Buckoski, integrante da organização não governamental Voluntários Amigos dos Bichos.

Segundo Beatriz, vizinhos do homem entraram em contato com ela por volta das 20h30min de sexta-feira, quando escutaram Laika chorando e barulhos que indicavam violência. Três horas depois, voltaram a ligar acreditando que a cadela já havia sido morta.

No início da tarde de sábado, membros da organização pediram auxílio da Polícia Militar e, junto com os agentes, realizaram uma busca pela residência. Ao perceber a movimentação, o suspeito teria fugido.

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Laika foi encontrada enterrada em um terreno nas proximidades, com diversos ferimentos, cortes por pelo corpo e órgãos internos à mostra. Beatriz e os vizinhos acreditam que a cadela tenha sido morta a facadas.

– É uma área de difícil acesso, não teríamos como ir na sexta à noite. A PM foi até o local porque havia possibilidade de os vizinhos lincharem o dono. Como ele fugiu na hora, não sabemos o que será feito, se haverá investigação ou algum tipo de punição – relata a integrante da ONG.

Em sua página do Facebook, a Voluntários Amigos dos Bichos chama o ato de “barbárie” e pede uma atitude do poder público.

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– Vamos começar enterrando animais e vamos esperar enterrar crianças pra tomar uma providência? Se esta barbárie, esta violência, não justifica punição para alguns, pense que isso é um início do que esta pessoa ainda pode fazer – diz o texto publicado ainda no sábado.

O suspeito não teve o nome divulgado e não foi localizado pela reportagem. Até a noite desta segunda-feira, também não foi possível obter informações sobre alguma investigação ou ação formal sobre o crime.

Cadela foi resgatada de enchente em junho

Uma imagem divulgada em junho pela Polícia Ambiental de Chapecó mostra Laika sendo resgatada de uma casa atingida pela enchente que deixou parte da cidade embaixo da água naquele mês.

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O registro mostra um morador – que não é o suspeito do crime, ressalta a publicação da ONG – retirando a cadela do interior residência após ela passar dois dias trancada.

Cadela passou dois dias trancada em casa atingida pela água.

Foto: Divulgação/Polícia Militar Ambiental de Chapecó.

Na ocasião, duas cadelas ficaram presas no imóvel após os donos não conseguirem ajudá-las a tempo. Um terceiro cão, que também ficou preso dentro da casa, morreu antes da chegada dos integrantes da ONG.

As duas cachorrinhas passaram 10 dias sob cuidados de voluntários da organização, enquanto o nível da água diminuía, sendo castradas e devolvidas aos donos em seguida. A organização afirma ainda ter, inclusive, dado uma casinha nova aos proprietários após o término da enchente.

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