A manhã desta quinta-feira ficará marcada para sempre na memória de uma mulher e uma criança de 2 anos que foram agredidas pelo patriarca da família, na zona Leste de Joinville.
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Após jogar dois litros de gasolina nas roupas da companheira e da filha, em um colchão e no quarto delas, o homem ameaçou atear fogo com um isqueiro. Apesar dos momentos de terror a que foram submetidas, as duas saíram com vida. A mulher, no entanto, chegou a ser agredida no braço e na cabeça com uma barra de ferro. O exame de corpo de delito confirmou a agressão.
Segundo a própria vítima, o agressor agiu por causa de ciúmes, pois a mulher havia pedido o divórcio. Ela relatou que essa não foi a primeira vez que apanhou do marido. Mas, até então, não havia denunciado o caso à polícia.
O homem de 25 anos foi preso em flagrante e já está no Presídio Regional de Joinville. Ele foi autuado por lesão corporal em razão de violência doméstica e familiar, por colocar a vida de outras pessoas em risco e ameaça.
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– Se ele realmente ateasse fogo, com certeza elas teriam lesões graves e toda a vizinha correria risco, pois se a casa pegasse fogo, o incêndio seria de grandes proporções – destacou o delegado Wanderson Alves Joana.
Apesar de os três crimes serem afiançáveis, o delegado negou o pagamento de fiança por entender que o caso foi extremamente grave. Wanderson solicitou ao Poder Judiciário a conversão da prisão em flagrante em preventiva e medidas protetivas urgentes às vítimas.
– No meu entendimento, somente com a prisão haverá eficácia no cumprimento dessas medidas. Mas quem vai decidir é o Judiciário – destacou.
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Depoimento da vítima
A mulher de 30 anos que foi agredida pelo marido na manhã desta quinta-feira é natural de São Paulo e se mudou para Joinville há pouco mais de dois anos com a filha caçula e o companheiro. Ela trabalha como enfermeira na cidade e ministra palestras sobre enfermagem no trabalho.
Bem resolvida profissionalmente e mãe do segundo filho _ pois tem um menino de 11 anos que mora com a mãe em São Paulo _ a enfermeira esperava ter uma vida de amor e carinho ao lado do marido.
O relacionamento vinha caminhando bem quando, há seis meses, as agressões iniciaram. Com o passar do tempo, foram se intensificando até chegar ao extremo na manhã desta quinta, quando ele tentou atear fogo nela e na filha supostamente por ciúmes.
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Além de se tornar um homem agressivo, a enfermeira conta que o companheiro também fazia uso de drogas. Ela não soube dizer se ele havia consumido entorpecente pela manhã, apenas se recorda que ele acordou fora de si.
– Ele já acordou daquele jeito, chutando tudo, quebrando as coisas e com ciúme. Quebrou o computador por causa de negócio de Facebook, essas coisas – relatou na delegacia, antes de prestar o depoimento oficial ao delegado.
Segundo a enfermeira, as agressões se intensificaram quando ela decidiu acabar com o relacionamento, há duas semanas. Depois de passar minutos de pânico nas mãos do parceiro, ela está decidida a seguir a vida sem ele.
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Apesar do medo que ele volte a procurá-la, a enfermeira não pretende recuar das acusações. Ela afirmou que irá colaborar com o trabalho da polícia para que ele responda pelas agressões.
– Quando você pensa em se relacionar, você quer alguém para te proteger, te dar amor e carinho. A mulher é frágil né, não quer dormir ao lado de uma pessoa que faz um negócio desse – lamentou.