Um homem de 25 anos foi preso preventivamente por falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina na tarde desta terça-feira em Tangará, no Meio-Oeste catarinense. Fernando Monteiro Ramos estava trabalhando como médico no posto central de saúde do município há uma semana.

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O suspeito não tem formação em medicina e utilizava o nome e o registro de um médico da Grande Florianópolis. Segundo a polícia, ele realizava atendimentos clínicos e teria consultado, em cinco dias, pelo menos 50 pessoas. Nenhum dos pacientes teve complicações por ingerir os remédios receitados pelo falso médico.

Conforme o delegado Gustavo Madeira da Silveira, Ramos falsificou alguns documentos principais – como a carteira de identidade – e, a partir deles, conseguiu a emissão de outros verdadeiros.

Ele contou à polícia que, para praticar os crimes, entrou no site do Conselho Regional de Medicina (CRM) e achou um médico que tinha o nome parecido com o dele. Para trabalhar em Tangará, ele receberia um salário de R$ 10 mil.

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– Depois disso, ele copiou o nome e o registro deste médico. E viu a oferta de trabalho em Tangará no próprio site do CRM – conta o delegado.

A polícia não encontrou nenhuma carteira de registro do CRM em posse do suspeito. Foram apreendidos receituários e papéis impressos da internet, com o nome e o registro profissional do suposto médico.

Segundo o delegado, Ramos responde a outros processos por estelionato nas cidades de Criciúma e de Florianópolis. Ele é natural de Içara, no Sul, e está detido na Unidade Prisional Avançada de Videira.

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Falso médico era confuso

Uma das pacientes consultadas pelo falso médico é a dona de casa Rosalina Padilha Valter, que tem problema na vesícula e foi atendida na semana passada. Ela contou que o médico estava sozinho no consultório e parecia bastante confuso, inclusive com o nome dos remédios.

– O médico procurou as coisas no computador durante um tempo. Depois, disse que não achou e fez a receita à mão. Esqueceu até de assinar – conta.

Contraponto

A Secretaria Municipal de Saúde de Tangará diz que não vai se pronunciar sobre o caso para não atrapalhar a investigação policial. Uma das enfermeiras do posto onde o falso médico atendia alegou que Ramos ainda não havia sido contratado e estaria providenciando a documentação. Ela disse que o suspeito estava atendendo em conjunto com outros profissionais, apenas para conhecer a rotina de trabalho.

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