Um jovem de 21 anos foi preso na tarde desta sexta-feira (03) após se passar por um médico residente da UTI neonatal do Hospital Universitário (HU) de Florianópolis. O falso médico postava fotos nas redes sociais de uma suposta rotina no ambiente hospitalar, inclusive com um recém-nascido no colo.

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O coordenador administrativo do HU, Celso José Coelho, disse que na tarde de 24 de maio o homem se apresentou como médico residente de pediatria usando um jaleco com o nome de Jonatha de Godoy Costa. Ele teria subido para a unidade acompanhando uma criança que seria internada. Segundo ele, naquele dia, Jonatha atendeu a criança e pesquisou o prontuário no sistema, mas não realizou a medicação.

Uma enfermeira desconfiou do rapaz. Nos registros, verificaram que Jonatha não possuía nenhum vínculo com a UFSC. Os funcionários procuraram pelo falso médico no Facebook, onde encontraram diversas fotos dele como se realmente trabalhasse lá, apesar de o jovem ter passado apenas um dia no local, garante a UFSC.

Jonatha foi preso por exercício irregular da profissão, uma contravenção penal que prevê prisão de 15 dias a três meses ou multa. Ele não quis falar com a reportagem da Hora na delegacia na tarde desta sexta-feira. Através da delegada Giovanna Depizzolatti, o jovem respondeu que só irá se manifestar em juízo. Ele assinou um termo circunstanciado e foi liberado. Conforme Giovanna, da DP da Trindade, a ocupação real dele não foi identificada.

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— Provavelmente ele seja um vestibulando de medicina frustrado, que queria passar a falsa imagem de um médico, embora não tivesse nem idade para isso — acredita a delegada.

Conforme o secretário de Segurança da UFSC, Leandro Oliveira, o ambulatório atende 8 mil pessoas por dia.

— Então a gente não consegue impedir todos de entrarem no hospital, ainda mais uma pessoa com jaleco e crachá da instituição. Ele com certeza planejou essa entrada — explica.

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Golpe em famílias de pacientes

A UFSC divulgou uma nota na quinta-feira (02) informando que a direção do HU tomou conhecimento de que famílias de pacientes internados têm recebido telefonemas pedindo pagamentos, por meio de depósitos bancários, para a compra de remédios ou realização de exames. O local é 100% SUS e não cobra por quaisquer procedimentos. No entanto, conforme a segurança da Universidade, não há ligação entre este golpe e o caso do falso médico.

“A quadrilha que aplica esse golpe se aproveita do momento de preocupação dos familiares. Nos telefonemas, citam dados falsos de médicos para convencer as vítimas a realizar os depósitos e transferências para as contas dos criminosos. Quem receber as ligações deve comunicar a polícia. Quem já fez a transferência deve procurar maneiras de bloqueá-la junto ao banco” informou a Universidade.