(Foto: Arte NSC Total)

Que a tecnologia está transformando a sociedade e o mundo não resta dúvida. Da mesma forma é inquestionável que muitas mudanças ainda estão por vir, modificando diversas atividades, gerando benefícios e muitos desafios. Entre as grandes polêmicas na atualidade está a mensuração dos impactos causados pela disseminação das máquinas no mercado de trabalho. Essa dúvida atinge as mais variadas profissões, inclusive as da área da saúde, entre elas a medicina, que hoje convive com grande parte dos avanços conquistados pela tecnologia, desde o processo do diagnóstico (exames de imagem e laboratoriais), até o tratamento das doenças, sem esquecer da evolução de técnicas que levam à prevenção de problemas que afetam o corpo.

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"Não é o mais forte que sobrevive, nem mesmo o mais inteligente, mas aquele que melhor se adapta à mudança." Charles Darwin

Importante trabalho com esse cenário foi apresentado pela consultoria McKinsey & Company, durante o Encontro Nacional Líderes do Amanhã, realizado em São Paulo, neste mês de agosto, com o tema “Cocriando Hoje as Organizações do Amanhã”. O evento reuniu CEOs, CHROs e líderes empresariais de todos os portes, num grande debate entre os diferentes interlocutores das organizações, para tratar, entre outras coisas, de como será o mercado de trabalho no futuro.

O material apresentado faz um histórico das mudanças da força do trabalho, especialmente nos últimos 50 anos, que passaram da mera habilidade física e manual para habilidades cada vez mais cognitivas, até a chegada da Inteligência Artificial.

A perspectiva apresentada é otimista: menos de 10% de todos os empregos do mundo podem ser totalmente automatizados. Claro que o potencial de automação das atividades varia de acordo com o setor e a previsão é de que no futuro, entre os executivos, haverá menos vagas de trabalho operacionais e mais vaga de nível gerencial.

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Na saúde, a realidade é semelhante e haverá grande demanda por habilidades sócio-emocionais, tecnológicas e cognitivas mais sofisticadas. A inteligência social, a comunicação e a capacidade de interagir com o ser humano serão preponderantes. Assim, a tecnologia tem a meta de somar ao trabalho feito pelas mãos dos médicos e demais profissionais da área. Não para excluí-los.

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Para isso, deverá haver uma conexão entre as duas faces da assistência à saúde: homem e máquina. Para isso, também será fundamental que os profissionais não neguem ou rejeitem a tecnologia nas suas atividades, mas a incorporem em seus pensamentos e nas suas práticas. Essa conscientização é a forma mais eficiente de manter e conquistar novos espaços num futuro que está cada vez mais próximo e desafiador.

*Ademar Paes Junior é médico radiologista e presidente da ACM