Uma tentativa de loteamento irregular dentro da área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro foi impedida por órgãos de fiscalização nesta quarta-feira (25) em Palhoça. Um homem foi multado e o início de obra foi retirado da área de proteção ambiental por equipes do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Fundação Cambirela do Meio Ambiente (Fcam) e Polícia Militar Ambiental.

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Segundo o coordenador do parque, Carlos Cassini, no dia 11 de setembro — durante o auge do incêndio que atingiu mais de 800 hectares do parque — fiscais notaram que em um trecho do parque perto da Praia do Sonho uma carga de terra havia sido deixada às margens da estrada. Policiais seguiram fiscalizando a área e dias depois encontraram a terra espalhada sobre uma área do parque que estava queimada pelo incêndio, em um início de obra para lotear o espaço. Além disso, cercas do parque que haviam sido colocadas no local foram retiradas.

O homem que estava fazendo a obra no local teria dito aos fiscais e policiais que havia comprado o terreno de uma pessoa que vende lotes irregulares na região. Segundo o relato dele, várias pessoas já teriam adquirido esses terrenos mesmo sem saber que eram em área de proteção ambiental e, portanto, irregulares e sem nenhuma documentação.

Com o risco de novas tentativas na região, a Fcam já divulgou que vai fazer mais vistorias na região, assim como a PM Ambiental que tem uma base dentro do parque. Um relatório foi feito com as informações sobre o caso e será enviado ao prefeito de Palhoça, à polícia e ao Ministério Público.

O valor da multa aplicada não foi divulgado pela Fcam, que também não soube precisar o tamanho da área que o homem pretendia lotear. Ele foi multado por invasão irregular e o aterro foi retirado do local. As cercas também foram recolocadas.

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Embora a tentativa de aterro tenha começado exatamente no dia seguinte ao início do incêndio florestal no Parque da Serra do Tabuleiro e em uma área atingida pelo fogo, a administração da reserva natural não acredita que esse caso específico tenha relação com a queimada, pois as análises feitas apontam que as chamas teriam começado perto da Estrada do Espanhol, em uma área da Baixada do Maciambu que fica mais ao Sul em relação ao ponto do flagrante de invasão, que teria sido afetado pelo fogo após ele se alastrar com o vento.

As causas do incêndio florestal ainda estão sendo investigadas. Peritos do IGP seguem trabalhando na construção de um laudo que deve ajudar a Polícia Civil a encontrar algum responsável pelo fogo que, segundo as investigações, deve ter sido criminoso.

Local estava assim quando foi feito o flagrante
Local estava assim quando foi feito o flagrante (Foto: Fcam/Divulgação)