Numa casa simples no Centro de Timbé do Sul, o cheiro forte de um corpo em decomposição denunciou um crime bárbaro que entrou para a história da cidadezinha de 5 mil habitantes no Sul do Estado. Um homem de 44 anos anos foi morto no último sábado e o corpo permaneceu abandonado por três dias até que fosse encontrado. A vítima estava com oito furos pelo corpo, a garganta cortada, ferimentos na cabeça, a mão direita arrancada e a genitália decepada.

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O patrão de Lindomar de Barros notou a falta do funcionário na segunda-feira e foi até a casa cedida pela empresa, que transporta frangos da região até o abatedouro. O lugar estava fechado. O chefe espiou pela janela do banheiro e sentiu o mau cheiro. Curioso com o que poderia estar acontecendo, arrombou a porta e viu o corpo ensanguentado estirado sobre a cama.

Logo que pode, chamou a polícia, que encontrou uma cena digna de filme de terror. A vítima estava com quatro facas e três chaves de fenda ainda enfiadas no corpo. Havia sinais de corte no pescoço e golpes de facão na cabeça.

Para concluir a cena, que deixou até os policiais chocados, a mão direita de Lindomar foi cortada e colocada numa frigideira com óleo.

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A genitália do homem de 44 anos também foi arrancada. Na parede do quarto uma frase foi escrita com o sangue da vítima.

– Nunca mexa com a minha filha.

Após perícia e levantando as informações de brigas no local, o delegado André Gazoni chegou até o nome de Fernando Vanuti de Oliveira Silva, 18 anos, amigo da vítima. Ele é apontado como usuário de crack, segundo o delegado, e apesar da amizade, teve histórico de brigas com Lindomar e até o ameaçou de morte em episódios anteriores.

A casa, de apenas dois cômodos, servia de local para consumo de drogas e era comum o registro de problemas no local. Já Fernando tem histórico de prisões, desde quando era menor de idade, e chegou a ser internado por causa da dependência.

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Desentendimento teria sido estopim ao crime

Segundo Gazoni, no depoimento o jovem suspeito contou que dormiu na casa da vítima na noite de sexta-feira para sábado. De manhã, houve um desentendimento. Lindomar teria dito coisas obscenas sobre a família do suposto assassino, que vive no Rio Grande do Sul. Para revidar, o jovem cometeu o crime por volta do meio-dia e depois saiu desnorteado pelas ruas da cidade. Escondeu-se na casa de uma tia, onde ficou até segunda-feira, quando foi trabalhar em Meleiro, cidade vizinha.

Em confissão no começo da semana, Fernando disse não se arrepender do que fez e admitiu odiar Lindomar. Ele ainda deu detalhes do assassinato, pelo menos do que lembrava, e destacou que a frase escrita com sangue na parede deveria ser outra. Em vez de filha, a palavra deveria ser família. Na hora do assassinato, a vítima nem teria gritado. Por isso, vizinhos não notaram o desentendimento.

O delegado vai tentar reverter a prisão temporária de 30 dias em preventiva. Quando conseguir, irá transferir o suspeito para o Presídio Regional de Araranguá. Até lá, o jovem segue detido na delegacia de Turvo. O corpo foi levado para Instituto Médico-Legal de Araranguá.

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