Patrícia Silveira, NSC TV
Luiz Henrique Custódio, de 60 anos, era dono de uma lanchonete e tinha seis filhos e seis netos. Ele morreu após se envolver em um acidente de trânsito na madrugada de sábado. Ele estava indo para casa, às 2h30min, em um Peugeot depois de uma noite de trabalho, quando cruzou com uma Mercedes em uma avenida de Itajaí. O motorista da Mercedes era Daniel de Azevedo dos Santos, 42 anos, que estaria fugindo da polícia. Uma câmera de monitoramento filmou parte da fuga. A perseguição teria começado porque os policiais perceberam que ele fazia manobras perigosas. Segundo a Polícia Militar, o carro dele teria chegado a 200 km/h durante a fuga. Um outro motorista, que não quis ser identificado, precisou desviar do carro de Daniel e viu o acidente acontecer.
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– Percebi que o carro passou em alta velocidade na lombada. Olhei pelo retrovisor, deu fagulhas no chão. Então, no momento que ele se aproximou, retirei meu carro pra direita. Ele atingiu um Peugeot. No momento que houve a colisão, o Peugeot foi arremessado até o canteiro e na colisão com o canteiro ele capotou duas ou três vezes, deslizou, com os pneus pra cima, e a Mercedes bateu no poste – conta o motorista.
Depois da colisão, o motorista que provocou o acidente teria fugido a pé. Segundo o relatório da PM, ele continuava agitado e resistia a prisão. Ele foi algemado e, ainda assim, teria tentado subornar os policiais.
A polícia diz que não conseguiu fazer o teste do bafômetro por causa da agitação do motorista, que precisou ser sedado pelo Samu. Ele teve ferimentos leves e foi levado para o hospital, onde teria ficado escoltado até o início da manhã. Quando recebeu alta, a polícia levou o homem para a delegacia para responder por homicídio culposo, resistência, desobediência, tentativa de suborno e por ter deixado de prestar socorro à vitima. Mesmo assim, ele foi liberado pela Polícia Civil e vai responder em liberdade. A reportagem tentou contato com a defesa de Daniel, mas ninguém foi localizado até o momento.
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– Nós estamos num país que não tem justiça. Não tem cabimento um negócio desse. Ninguém se importa com a família que teve a perda de uma pessoa que trabalhava. Uma pessoa com o coração muito limpo. Não media esforço pra ajudar ninguém. Aí vem uma pessoa que não tem responsabilidade e faz uma porcaria dessa – lamenta Fátima da Rosa, amiga da vítima.