Waldemar Volkmann ultrapassou os 34,5 mil dias vividos, motivo de sobra para comemorar. Na sexta-feira, o agricultor de Jaraguá do Sul celebrou seu 100o aniversário ao lado dos familiares e amigos. Ele tem quatro filhos, dez netos, 13 bisnetos, um tataraneto e um milhão de recordações. Morador do bairro Rio da Luz II, trabalhou como agricultor e carpinteiro. Até os 90 anos, andava de bicicleta pelo bairro. Depois de uma queda, em 2012, quebrou a perna e não voltou a andar.

Continua depois da publicidade

>>> Leia mais notícias sobre Jaraguá do Sul e região >>

Continua depois da publicidade

– Ele tem muita vontade de trabalhar e não consegue ficar parado. Ele andava de bicicleta por tudo. Por causa do perigo da rodovia e da idade, acabamos proibindo. Depois da queda em 2009 e outra em 2012, ele parou de andar – conta a cuidadora e filha mais velha, Avelina Volkmann Gruetzmacher.

>>> Conheça a história da jaraguaense com 112 anos de vida >>>

Ao recordar dos tempos de lavoura, os olhos azuis de Waldemar ficam cheios de água. Para ele, a maior dificuldade da velhice é ficar impossibilitado de trabalhar. Ele sente falta do contato das mãos com a terra, de ver as batatas-doces crescendo e sendo colhidas. Para o agricultor, o segredo da longevidade está na forma de viver.

– Acredito que não existe receita para se viver até os cem anos. É a sua saúde que manda, mas eu sempre comi alimentos bons, direto da terra – revela.

Continua depois da publicidade

A saúde de Waldemar ficou mais debilitada ao perder, em 2013, sua companheira, Erna Volkmann, com quem foi casado por 68 anos. Desde então, toma remédios para circulação, pressão alta e coração. Na memória de Waldemar, os detalhes do primeiro encontro continuam vivos, como se fosse ontem. O casal se conheceu em um baile na casa de vizinhos, quando as residências tinham salas grandes nas quais eram oferecidas festas.

Entre os integrantes da família Volkmann, o idioma oficial é o alemão. Waldemar conversa apenas na língua que aprendeu com os pais. Segundo os quatro filhos, ele sempre leu em alemão e estimulou todos os familiares a aprenderem o idioma.

– Nosso pai era muito certinho, até o milho tinha que ser plantado em linha reta. Ele ensinou sobre a importância da vida. Quando estava em casa, ele sempre tinha um livro nas mãos – conta a filha Cinelda Volkmann Eger.

Continua depois da publicidade

O amor entre os membros da família Volkmann é o estímulo para Waldemar querer viver. Os quatro filhos se divertem e riem juntos ao contar as proezas do pai. Os Volkmann se reúnem nos aniversários, nas festas religiosas e nos finais de semana. Para eles, um é o suporte do outro para enfrentar as dificuldades da vida, aprendizado passado pelo pai.

– Brigar faz mal para as pessoas e traz tristeza. Não brigamos e estamos sempre juntos – afirma Waldemar.