A valorização imobiliária é um dos pontos de destaque do mercado em Santa Catarina, com municípios que possuem rendimentos médios de venda bem acima da inflação, como é o caso de Florianópolis, Itapema e Balneário Camboriú. No entanto, para conquistar mais compradores – e vender de forma mais ágil por um montante mais robusto – a casa ou apartamento precisa estar atraente, não basta ser bem localizada ou contar com infraestrutura no condomínio. Nessa hora, entra em destaque a técnica do home staging, a preparação do imóvel para a venda futura no mercado imobiliário.
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Para a arquiteta e designer de interiores Rafaela Giudice, mesmo que o apartamento ou casa seja comprado para ser a moradia do proprietário, os olhares devem estar lá na frente, caso deseje vender o imóvel no futuro.
— Hoje em dia, ninguém compra para morar a vida inteira, isso é muito difícil. Os gostos e prioridades mudam e, por isso, é preciso encarar a compra como um investimento desde o início.
A arquiteta cita um caso de uma reforma desejada por um cliente com quem trabalhou, que queria retirar o lavabo estruturado no apartamento. Apesar de ser um gosto pessoal, não era vantajoso, pois aquele item pode ser um diferencial no futuro na hora de conquistar um número maior de potenciais compradores. Em outra situação, focando na venda desde o início, as mudanças para fomentar a valorização do imóvel incluíram a criação de uma suíte.
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— Era um apartamento que tinha três quartos e um banheiro, mas não tinha suíte. Criamos um banheiro para viabilizar a suíte, levando em conta que isso valoriza o apartamento. É algo pensado para uma venda futura. O dinheiro gasto na reforma só vai trazer benefícios ao imóvel. É muito difícil desvalorizar, só se realmente não cuidar dele.
O que pesa para o home staging
O Home Staging desperta a identificação do comprador ou futuro locatário do imóvel em questão, segundo o arquiteto Thiago Vieira. Na visão do especialista, é muito importante o Home Staging ter como direcionador a cultura local de onde o imóvel está inserido para que a difunda e valorize. Além disso, o digital está muito presente atualmente, então vale a pena ter um bom fotógrafo para que possa destacar os elementos utilizados no projeto.
— O usuário vê naquele imóvel algo que ele relaciona com alguma vivência dele. Através de algumas estratégias, podemos evidenciar características importantes do imóvel, como iluminação natural ou diferentes possibilidades de layout, ou reverter algum ponto que não seja tão positivo em um diferencial. Também vale destacar que há elementos arquitetônicos que despertam sensações ao entrar em um ambiente, então tapetes, cortinas, quadros e elementos decorativos ajudam a torná-lo mais aconchegante e agradável — afirma Vieira.
Rafaela Giudice completa que o primeiro ponto a ser avaliado na hora do Home Staging é quanto o cliente quer investir e qual o cenário de compra. Entre as possibilidades de mudanças, trocas de louças dos banheiros, pinturas — que podem mudar completamente os imóveis, na visão da arquiteta — além de uma série de trocas pontuais, como registros de torneiras, tomadas e maçanetas.
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— É possível promover mudanças na pintura, luminária, maçaneta, elas podem ser alterações de coisas pequenas. Demolir, trocar revestimentos, dependendo do valor como investimento, vale muito a pena. Infraestrutura e acabamento, mexe antes. O resto pode ser feito depois. Tocar revestimento, parte elétrica, como tomadas, pintura nova, esses são itens recorrentes.
Vale a pena remodelar as características que apontam, logo de cara, quando o imóvel foi construído, se ele for mais antigo. Azulejos pintados, forros que saíram de moda e outros itens semelhantes podem ser repaginados, trazendo mais leveza e sofisticação ao imóvel.
Potencial de valorização
Marcus Vinicius Oliveira, especialista em investimentos no mercado imobiliário, conta que, com a técnica, é comum ter uma valorização de até 30% em torno de seis meses, sendo um para a compra do ativo, dois a três para reforma e um a dois meses para a venda, em uma média razoável.
— Primeiro, buscamos entender o mercado para avaliar como está a demanda reprimida e o que há de oportunidades para adquirir em imóveis. Realizamos projetos que sejam bem comerciais, para abranger a maior satisfação possível antes do lançamento no mercado. Quando temos uma boa compra, bom projeto, oferecemos um produto que o mercado não tem e a liquidez conquistada é bem superior. Além disso, conseguimos cobrar além, tendo em vista que o produto é diferenciado — detalha.
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Em parceria com Giudice, Oliveira aplicou a mesma metodologia em um apartamento localizado em São Paulo há cerca de dez meses. O projeto era mais ousado, com cores vibrantes, mas os resultados foram animadores. Após uma pesquisa de mercado na região elencada, encontrou um apartamento à venda em um prédio com perfil diferente, mais arrojado. Como conquistou um valor vantajoso para o negócio, foi possível investir mais no projeto de Home Staging.
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— Nos deu fôlego para ousar mais no projeto. Costumamos reconstruir o apartamento, todos os itens de segurança, tubulação hidráulica, elétrica, a parte de revestimentos para modernizar, louças e metais novos e modernos, de marcas conhecidas, climatização e alguns mobiliários que achamos necessários. Não mobiliamos 100%, mas de acordo com o perfil do apartamento, imaginamos o cliente, entre outros fatores. Desta vez, mobiliamos de forma parcial.

Quando Oliveira disponibilizou o imóvel na plataforma de compra e venda, conseguiu uma proposta para o valor solicitado para locação em apenas uma hora, e resolveu disponibilizar desta vez sem a venda. A cliente nem chegou a visitar o apartamento antes da formalização, para não perder o imóvel para outro possível locatário. Quando finalmente entrou, ficou apaixonada, afirma o especialista.
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