Três jovens empreendedores holandeses lançaram nesta terça-feira um site que permite aos imigrantes que chegam à Europa encontrar gratuitamente moradias temporárias, seguindo o modelo da plataforma online de hospedagem Airbnb.

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“Tem muita gente da nossa geração colocando suas casas à disposição, inclusive muitos estudantes, mesmo aqueles que vivem só de bolsa”, garante à AFP um dos fundadores do serviço, Jamal Oulel, 24 anos.

No site RefugeeHero.com, criado em quatro dias e colocado no ar na noite de segunda-feira, as acomodações são gratuitas.

Cidadãos e organizações como igrejas, escolas e mesquitas podem criar um perfil no site descrevendo o espaço que pretendem colocar à disposição.

Os anfitriões também publicam seu número de telefone para que os refugiados em busca de uma acomodação possam entrar em contato.

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Mais de sessenta pessoas já colocaram seus espaços no ar, tanto na Holanda quanto na Irlanda, na República Tcheca, na França e na Suécia.

A ideia veio enquanto Jamal Oulel conversava com Germaine Statia, 23 anos, e Ayoub Aouragh, 24 anos, sobre a pior crise migratória na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Os jovens então se deram conta de que a Holanda havia investido em 2014 mais de 500 milhões de euros para abrigar os refugiados que foram buscar asilo em terras holandesas.

“A maneira oficial não funciona”, garante Jamal Oulel.

“Nós pensamos que é possível tornar a acolhida menos cara, mais rápida e mais eficaz”, afirmou, ressaltando que ele mesmo colocou à disposição um espaço para uma pessoa em sua casa, na cidade de Roterdã.

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Um estudante de letras em Amsterdã também colocou um espaço para uma pessoa à disposição no site: “quero dar minha contribuição, mas não tenho muito dinheiro e nem tempo para ser voluntário”, explica. “Tudo o que tenho é um pouco de espaço para alguém que esteja precisando”, diz o jovem.

Jamal Oulel, cujo pai deixou o Marrocos rumo à Holanda antes de seu nascimento, espera que os refugiados acomodados nas casas destes voluntários se integrem o mais rápido possível.

Serviços similares já foram lançados em outros países europeus, especialmente na Alemanha.

* AFP