A Holanda passeou – de bicicleta, é claro – nas Eliminatórias da Europa e se classificou, na terça-feira passada, para a sua décima Copa com duas rodadas de antecedência. Os vice-campeões do Mundial da África tentarão no, Brasil, acabar com a fama de nadar, nadar e morrer na praia. (Veremos: a final é no Rio.)
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DESTAQUE
Coadjuvante na Copa da África, Robin Van Persie precisa ser protagonista no Mundial no Brasil. O sucesso da Holanda na Copa dependerá muito mais dele do que há três anos, quando marcou um gol em sete partidas e o grande astro era um Sneijder no melhor momento na carreira.
Não à toa, o técnico Louis Van Gaal elevou Van Persie a capitão da seleção laranja. A média de gols do centroavante canhoto de 30 anos só aumentou desde 2010. Com as camisas de Arsenal e Manchester United, foi o goleador das últimas duas edições da Premier League – 56 gols na soma das temporadas. Ele também lidera o quesito nas Eliminatórias, com oito gols em sete jogos. A conclusão é a principal virtude de Van Persie. Diferentemente de alguns colegas de posição, não precisa maneirar na força do chute para aumentar a precisão: a canhota do holandês é poderosa.
PONTO FRACO
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O bom técnico Louis van Gaal se redimiu com os holandeses 10 anos depois de fracassar nas Eliminatórias de 2002. Talvez com esse peso a menos nas costas, o comandante holandês se torne mais afável. Van Gaal é uma bomba relógio que pode detonar um jogador – normalmente uma estrela do time – a qualquer momento. Rivaldo, no Barcelona, e Luca Toni, no Bayern, já foram vítimas do treinador. Atualmente, a mira de Van Gaal está em Sneijder. Segundo ele, o meia do Galatasaray está fora de forma. Em vez de tentar recuperar um de seus melhores craques em uma conversa, o técnico deixou Sneijder de fora em algumas partidas, sacou dele a braçadeira de capitão e o criticou publicamente.
COMO JOGA
Na Holanda, não distribuir a seleção no 4-3-3 é quase um pecado. Foram os clubes do país, a partir da década de 70, que difundiram o esquema com três meias e três atacantes, utilizado pela mítica seleção de Cruyff de 1974.
No time de Van Gaal, os dois atacantes abertos, Robben e Jeremain Lens, 25 anos, do Dínamo de Kiev, atuam pelo lado oposto ao do pé preferencial. Costumam cortar para dentro e bater com precisão