Em entrevista ao DC, por telefone, o presidente do Conselho do Jovem Empreendedor de Santa Catarina (Cejesc), Marcelo Noronha, fala sobre a importância de iniciativas como a Semana do Jovem Empreendedor, destaca características do Estado na formação de mão de obra e avalia maneiras de contornar possíveis falhas no processo de desenvolvimento destes jovens.
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Diário Catarinense – Qual a importância e o foco de eventos como a Semana do Jovem Empreendedor?
Marcelo Noronha – Como sendo uma entidade que representa o jovem empreendedor em SC, para a gente é uma grande satisfação poder enaltecer o potencial do jovem empreendedor no Estado, tanto nas empresas de serviços, indústrias, pequenas indústrias, no agrobusiness, onde temos muitos núcleos na região Oeste, e também em entidades comerciais. Mostrar para a sociedade a importância do jovem empreendedor que inicia sua carreira profissional não somente como líder dentro de empresas, mas sim um líder empreendedor que emprega pessoas e gera riquezas para o Estado.
DC – Como o senhor vê SC quando o assunto é empreendedorismo? É um estado forte? Precisa melhorar?
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Noronha – Sem sombra de dúvidas o Estado é rico. Sempre escutamos e lemos sobre SC ser um dos melhores estados do país, um dos mais ricos. Sem sombra de dúvidas, isto se deve muito à questão do jovem empreendedor, à força do empresário catarinense para fazer alavancar essa economia tão forte e diversificada. SC não tem uma vocação única. Essa riqueza de diversidade é a força motriz do Estado.
DC – E o mercado, que está em expansão, ainda tem muitas vagas a serem preenchidas?
Noronha – Na minha opinião, hoje está cada vez mais simples, mas não fácil, empreender. Existe informação aos montes, linhas de crédito diversas no mercado, projetos de incentivo ao jovem em diversos lugares, inclusive do governo federal e estadual. Recentemente lançaram, por exemplo, o juro zero para microempreendedores. O governo de SC implementou esse programa para facilitar o crédito aos empreendedores iniciantes. Eu vejo o mercado aquecido. Esse grupo de jovens empreendedores tem demonstrado condição para se adequar ao mercado. A gente vê no nosso grupo muita gente de serviços, sistema, software. Acho que existe um bom ambiente para empreender.
DC – E quais são as dificuldades?
Noronha – A alta carga tributária. Acreditamos que deve ter uma reforma tributária urgente. Atualmente está muito caro manter um funcionário. Os custos trabalhistas são altíssimos. Essas questões são uma pedra no sapato do jovem empreendedor.
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DC – As oportunidades existem, mas temos mão de obra qualificada para ocupar estas vagas?
Noronha – Depende do setor. Mas de modo geral tenho visto e ouvido dos empresários a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada e especializada. E eu não me refiro somente aos operários. Falo de nível gerencial, técnico, pessoal com conhecimento mesmo. O que precisamos é melhorar a educação no país.