Belo e capaz de encantar nativos e turistas vindos de lugares distantes, o mar de Santa Catarina guarda riquezas e histórias pouco conhecidas até pelos catarinenses. Duas reportagens nesta edição do Diário Catarinense revelam preciosidades do nosso oceano e, por isto, histórias interessantes de contar. A primeira delas é assinada pelo repórter Victor Pereira, de O Sol Diário, em parceria com o editor de Arte do DC, Fábio Nienow, e com a editora Sicilia Vechi. O trio mostra como será a próxima aventura da família Schurmann.

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Após feitos notáveis como a volta ao mundo em um veleiro, Vilfredo e Heloisa vão liderar uma expedição para revelar o interior do submarino alemão U-513, abatido em combate na costa de Santa Catarina durante a Segunda Guerra. A reportagem narra o demorado trâmite da família para obter autorização da Marinha, processo com mais de um ano de duração, e revela num infográfico como será o desafio de localizar e filmar objetos no interior do submarino, preservando a memória do local que é considerado túmulo de guerra. A meta é usar a tecnologia para obter imagens internas da embarcação nazista, em repouso há sete décadas no fundo do mar, e comprovar oficialmente sua identificação.

– É um resgate histórico – empolga-se o músico João Barone, estudioso do assunto e autor de dois livros sobre o conflito mundial.

– Ficou comprovado o alto poder de destruição destes submersíveis nazistas, o que necessitou de enormes recursos para que fossem combatidos.

Os detalhes da aventura que se passará a partir de março no litoral de Governador Celso Ramos estão nas páginas 40 e 41.

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Outra informação vinda do mar catarinense dá conta da existência de pelo menos quatro ilhas à venda em Santa Catarina, como mostram as repórteres Júlia Antunes Lorenço e Cláudia Nunes nas páginas 4 e 5. Fazem parte de um universo de 24 ilhas particulares existentes no nosso litoral, de acordo com a Secretaria de Patrimônio da União.

A reportagem mostra os detalhes de um mercado imobiliário que mais parece ter saído dos romances e contos de fada, mas é real – embora acessível a poucos. A preços entre R$ 1 milhão e R$ 12 milhões, as ilhas prometem paz e tranquilidade, mas em troca exigem cuidados legais e ambientais rígidos de seus proprietários. Vale a pena conferir o testemunho dos caseiros Nelson Kaminski e Terezinha Oliveira após a mudança de um bairro populoso de Joinville para uma porção de terra no meio do mar, em São Francisco do Sul.

O sossego do casal impressiona e revela uma realidade pouco conhecida. A edição é de Júlia Pitthan e as fotografias, de Felipe Carneiro. O que há em comum entre a expedição dos Schurmann e o mercado de ilhas à venda? São histórias cujo cenário é um oceano glamuroso por natureza, mas nem sempre contemplado com o merecido olhar. Com o inimitável estilo de suas crônicas, Sérgio da Costa Ramos costuma denunciar: vivemos de costas para o mar. As reportagens nos convidam a ver de modo diferente.