A felicidade estava lá, bastava sentir Aos dois anos e meio Gabriel Gutierres não conseguia se mover, nem ao menos balbuciar qualquer palavra. Mas foi através de um olhar que conquistou a adoção.

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>> Sobram pais na fila de espera para adotar uma criança em Santa Catarina

Ele estava fora do perfil que os pretendentes buscam: um menino com necessidades especiais. Mesmo diante das limitações, com paralisia cerebral, sem passado e sem futuro definidos, Gabriel mostrou dia a após dia que era a melhor criança do mundo para ser adotada e que suas dificuldades serviriam de aprendizado aquele que tivesse a sorte de levar o menino, aparentemente frágil, para casa.

E foi a funcionária pública aposentada, Íria Maria Gutierres, 59, que teve a sensibilidade necessária para tomar a melhor decisão. Como voluntária do abrigo onde estava Gabriel, ela percebeu o quanto era especial aquele menino que movia apenas os olhos no bercinho, que não podia brincar ou tomar sol sozinho no quintal como faziam as outras crianças. E segundo ela foi amor à primeira vista:

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– Pensei comigo, o que será dele? Quem poderá adotá-lo se a maioria quer menina, branca e saudável? E comecei a me dedicar somente a ele no abrigo.

– O levava para casa nos finais de semana e a cada dia nossa sintonia aumentava. Conversávamos com os olhos e a primeira palavra pronunciada, que nem os médicos acreditavam nesta possibilidade, foi MÃE. Aí percebi que nós tínhamos nos escolhido – relata.

Íria já tinha dois filhos biológicos e não sentia carência de adotar uma criança.Mas o destino escreveu que ela seria a mãe de Gabriel e ele o filho que a faria muito feliz. Hoje, ela vive 24 horas por dia em função do menino. Uma atividade recheada de amor, carinho e companheirismo.

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Os dois não se desgrudam, gostam de assistir filmes de aventura juntos e de ir ao shopping. Gabriel está com 14 anos, é um dos símbolos da campanha, um moço aplicado na escola sem necessidade de uma auxiliar de sala, um “peixe” na natação, sonha em ser motorista de caminhão, casar e ter filhos.

– O médico disse que não ia falar, nem andar. Mas minha mãe acreditou em mim e me esforcei. Nunca vou abandonar ela – diz.

Assista ao vídeo da campanha Laços de Amor, que incentiva a adoção: