A nova data de aniversário de Florianópolis, aprovada pela Câmara de Vereadores, não é consenso entre historiadores. O Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC) considera 1.673, mas o historiador João Carlos Mosimann argumenta que a data correta é 1.679.

Continua depois da publicidade

Essa diferença de seis anos aparece um artigo escrito por Mosimann, que chegou a ser analisado na Câmara. O historiador garante que há equivoco no registro, e que Dias Velho teria apenas seis anos de idade em 1673. Logo, não poderia vir desbravar a Ilha.

– Uma ideia semelhante à desse projeto já havia sido engavetada quando a Angela Amin era prefeita. Pautaram-se em anotações do falecido Norberto Ungaretti, sem base documental nenhuma – escreveu Mosimann em um e-mail à reportagem.

Nereu do Vale Pereira argumenta que há provas:

Continua depois da publicidade

– O pai de Francisco Dias Velho também se chamava Francisco, e por isso existe essa confusão.

O vereador Afrânio se embasou no documento do IHGSC e que chegou a tirar o projeto da pauta para buscar mais informações sobre a data levantada por Mosimann.

Pra quê mudar?

Jali Meirinho, também historiador, não vê motivo para a mudança aprovada pela Câmara

– Não sei pra que mexer nisso. Tínhamos 1726 que é documentada e está bem assim. Não há como provar a data exata que Dias Velho chegou. Agora está o dia de uma data e o ano de outra – argumenta.

Nereu chegou a apontar 14 de fevereiro como provável chegada “ou de Dias Velho ou de seus homens”, mas o 23 de março foi mantido por dois motivos: a falta de comprovação e a não necessidade de se alterar outra Lei Municipal.

Continua depois da publicidade

Chegar, não basta. Tem que colonizar

Dias Velho nem de longe foi o primeiro homem branco a chegar na Ilha. Sebastião Caboto, por exemplo, deu o nome à Ilha em 1.526. Mas por que essa data não é considerada?

– Uma coisa é a chegada do europeu, a outra é a fundação da cidade. É preciso haver a intenção de se fixar, de começar a agricultura. Adotamos esse critério, da fundação, que é o usado por cidades como São José, que até agora era mais velha do que Desterro – explica o vereador Afrânio.

Considerando a data de chegada dos europeus, São Francisco do Sul segue como a mais antiga do Estado. Desde que Goneville passou por lá, viveu um período, levou Içá-Mirim, filho do cacique local para Europa e nunca mais voltou.

Continua depois da publicidade