Mudança no perfil ao longo dos anos

Nestes 34 anos como tatuador, presenciou a mudança de perfil dos tatuados. No início, eram apenas marinheiros, prostitutas e presidiários. Quando a polícia fazia blitz, a primeira pergunta era se tinha tatuagem. A demanda também mudou. O que antes era focado em desenhos exibidos por artistas, expandiu-se. Mas uma das mudanças mais significativas foi em relação à higiene. Só quando veio a Florianópolis, em 1985, Stoppa começou a usar luvas. Atualmente, tatua apenas amigos no Rio Vermelho, na Capital.

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– Sou meio cigano e não quero ficar preso a uma loja de tatuagens – completa.

Um momento sem carimbos e preconceitos

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O tempo em que tatuagem era associada a preconceitos parece distante. Segundo o censo da tatuagem, realizado pela revista Superinteressante, mais de 76% dos tatuados no Brasil têm, no mínimo, ensino superior e quase 60% são mulheres.

Tatuadores percebem a aceitação da arte e afirmam que a adesão reflete em perfis diversificados de clientes e tamanhos maiores de desenhos. Maurício Huber, tatuador da Old Friends Tatoo, em Blumenau, defende que os carimbos saíram de moda, ninguém mais procura o igual.

– Já tatuei pessoas de 18 até 60 anos. Os clientes estão mais exigentes e procuram ideias exclusivas – avalia Huber, tatuador há seis anos.

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Para Rafael Fernandes, de 23 anos, a tatuagem é algo para se diferenciar e não para ficar igual. Ele tatua há cinco anos e abriu um estúdio no Centro de Florianópolis, o ArtWork Tatoo. Ele conta que seu estilo é voltado para temas indianos.

O tatuador Henrique, da Urban Tribe, de Florianópolis, está no ramo há 12 anos. Ele lembra que antes eram comum desenhos menores e hoje opta-se por cobrir partes do corpo e os desenhos variam bastante e são mais exclusivos. Para atender a todos os públicos que se interessam pelo tema, começou ontem em Florianópolis a 1a Expo Tatoo.

O encontro, organizado pelo tatuador Téio e seu sócio Civetta e que segue até domingo, conta com 52 estandes com uma média de três tatuadores por expositor. São profissionais de todas as partes do Brasil, além de tatuadores da Itália e Espanha.

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Entre os destaques está o casal de uruguaios Victor Hugo Peralta, 44 anos, e Gabriela Peralta, de 42, considerados os mais modificados do mundo. Haverá concurso Miss Tatoo e workshops com alguns nomes como Murilo Oliveira, Monkey e Marcelo Mordenti.

O público também contará com descontos para fazer tatuagem. Téio conta que a ideia é fazer edições anuais do evento, sendo que em 2017, a expectativa é ter cerca de 120 expositores.

– Hoje a tatuagem não tem publico específico. Eu sou tatuador há 15 anos e já tatuei advogado, doméstica, jogador de futebol, médico – afirma.

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