O termo hiperatividade é amplamente confundido com atividade pura e simples ou com indisciplina e até com distúrbio (doença). É comum a qualquer criança ser ativa, às vezes, até em excesso. Isso é normal. Da mesma forma, é freqüente, principalmente na escola, crianças desinteressadas pela aula tornarem-se bagunceiras, o que caracteriza a indisciplina.
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Antes de classificar tudo isso como “hiperatividade”, é preciso entender que a hiperatividade é caracterizada pela atividade ininterrupta, ou seja, o indivíduo está ativo 24 horas por dia, até mesmo dormindo (com sono agitado) ou períodos de insônia e sua atividade chega à exaustão. E, apesar de exausto, ainda continua com a necessidade de estar em atividade, mesmo que o corpo já não agüente, a mente, continua em ação.
A hiperatividade em si não é doença é, geralmente, um sintoma de algum distúrbio como TDAH, TOC e outros distúrbios de aprendizagem ou comportamento. A hiperatividade também pode ser um dos principais sintomas da depressão infantil. Por incrível que pareça, a depressão infantil pode levar a um quadro de hiperatividade porque as crianças, ao contrário dos adultos, às vezes demonstram uma falta de habilidade para comunicar ou expressar seu verdadeiro estado emocional, sendo assim, incapazes de expressar sua depressão, tornam-se agitadas apresentando uma depressão atípica com hiperatividade.
Este é um dos pontos mais importantes a se considerar quando uma criança apresenta hiperatividade incontrolável. Antes de diagnosticar hiperatividade pura e simples e imaginar que um medicamento possa ?curá-la?, deve-se analisar a causa, a doença, o distúrbio que está causando este sintoma e, ao tratar a causa, obviamente o sintoma da hiperatividade será sanado. Também é preciso entender que a simples medicação a controla mas não trata o distúrbio que a causa. Para sanar o problema é preciso detectar o distúrbio e suas comorbidades (quando um distúrbio se associa a outro ou apresenta características de dois ou mais distúrbios) e tratá-lo de acordo com suas características e necessidades, analisando cada caso como único, com tratamento diferenciado, mesmo que os indivíduos apresentem o mesmo distúrbio/padrão de sintomas, cada um chegou ao quadro por um caminho, um aprendizado, um fator seja psicológico, neurológico, orgânico/físico, ambiental ou a junção desses fatores ou outros que possam desencadear um distúrbio.
Lou de Olivier
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Psicopedagoga e Psicoterapeuta
Especialista em Medicina Comportamental
Precursora da Multiterapia
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