A pré-candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton pediu hoje ao presidente americano, George W. Bush, que não participe da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em protesto contra a violação dos direitos humanos por parte da China. Em comunicado, a senadora por Nova York justificou que seu pedido se baseia nos violentos confrontos no Tibete e na falta de pressão por parte da China sobre o Sudão para colocar fim ao “genocídio em Darfur”.
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– Atualmente, e à luz dos últimos eventos, acho que o presidente Bush não deveria ter planos de assistir à cerimônia de abertura em Pequim, a não ser que haja grandes mudanças por parte do governo chinês em sua política de direitos humanos – disse Hillary.
Bush pretende assistir em agosto à cerimônia de abertura em Pequim e, por enquanto, ignorou as pressões de congressistas e ONGs que pediram que mude de postura e não compareça em protesto contra a violenta reação da China contra manifestantes do Tibete.
– Incentivo a China a aproveitar este momento para estar à altura das aspirações universais de respeito aos direitos humanos e da unidade, ideais que representam os Jogos Olímpicos – afirmou a pré-candidata democrata.
Governo descarta boicote
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A senadora é a primeira aspirante presidencial a pedir ao governante americano para boicotar a cerimônia de abertura. Barack Obama, seu adversário na campanha eleitoral democrata, disse recentemente que não tinha uma posição ainda sobre se os EUA deveriam participar plenamente dos Jogos Olímpicos.
Com seu pedido a Bush, Hillary se une à voz da presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, que, em entrevista recente, disse que o boicote à cerimônia de abertura “é um tema que deveria estar sobre a mesa”. Também se une a 15 congressistas americanos que, em 1º de abril, enviaram uma carta a Bush na qual pedem que reconsiderem sua decisão de assistir aos Jogos Olímpicos de Pequim e qualificam sua postura de “inadequada”.
No entanto, o governo americano descartou um boicote aos Jogos Olímpicos, por afirmar que se trata de um evento esportivo.
– Estamos muito preocupados com os direitos humanos na China e os instrumentos que deveriam estar disponíveis às pessoas em democracias livres, como a liberdade de expressão e de reunião. Nunca tivemos medo de expressar nossos pontos de vista, nem diretamente pelo presidente ou seus assessores quando viajam à China ou publicamente. Os Jogos Olímpicos vão acontecer e esperamos que os atletas americanos que se classifiquem participem destes jogos – afirmou hoje o porta-voz da Casa Blanca Tony Fratto.
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