O asterisco ficou de lado. Içado ao terceiro andar da prefeitura depois de uma sucessão de acontecimentos políticos em Blumenau, Mário Hildebrandt agora tem uma cadeira para chamar de dele. Só dele. O ex-vice de Napoleão Bernardes, que foi introduzido à vida pública justamente por Kleinübing, adversário no 2º turno deste ano, venceu a eleição com tanta folga que nem parece o resultado de um pleito que envolveu criador e criatura.

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Mário foi escolhido companheiro de chapa de Napoleão quatro anos atrás, depois de uma relação conturbada entre prefeito e vice de Blumenau entre 2013 e 2016 — e não é segredo para ninguém que o então tucano e Jovino Cardoso não formaram a dupla mais harmônica da história do prédio enxaimel da Beira-Rio. O que era para ser apenas um cargo discreto para Hildebrandt, porém, ganhou contornos dignos de seriado depois de 2018.

Em plena ascensão política dois anos atrás, Napoleão — o “tucano-rei de Blumenau” até então — passou do 8 ao 80 em menos de um ano. Renunciou à prefeitura, concorreu como vice de Mauro Mariani (MDB) e acabou sofrendo uma derrota acachapante para a onda bolsonarista, descartado em pleno primeiro turno nas eleições para o governo do Estado. Nesse vaivém de peripécias políticas, o então peessedebista sumiu dos holofotes e deu espaço àquele que hoje se tornou prefeito eleito: Mário Hildebrandt.

Entusiasta das orquídeas, marceneiro nas horas vagas, fã de Steven Seagal e pai babão de duas filhas adotivas. Esse é Mário, o homem por trás do status de “chefe do Executivo” que vai o rondar pelos próximos quatro anos. Não que ele já não esteja nessa função, é verdade, mas agora a responsabilidade será mais intensa se comparada às quatro voltas no Sol desde 2016. Por dois motivos: primeiro pelos 72,1% de votos válidos conquistados neste domingo (29). Segundo, pelo fato de o principal nome nas urnas ser o dele, e não de terceiros.

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O ex-coordenador do Cerene, ex-secretário de Assistência Social, ex-vereador, ex-presidente da Câmara, se torna, agora, ex-vice. Falando em vice, a diferença em relação aos últimos dois anos e meio é de que Hildebrandt terá alguém do lado na gestão municipal. Com Maria Regina Soar, a primeira mulher eleita em uma chapa majoritária na história das eleições em Blumenau, ele terá um braço direito para poder descentralizar as decisões…

…E também para poder descansar. Tirar férias. Folgar de vez em quando. Respirar. Cuidar da saúde.