A disputa pela hidrelétrica Itaipu e a reativação de dois projetos de pontes na fronteira serão temas dominantes no encontro de segunda-feira em Assunção dos presidentes do Paraguai, Horacio Cartes, e do Brasil, Michel Temer, que se reúnem após um longo esfriamento da relação bilateral.

Continua depois da publicidade

“A visita do presidente brasileiro normalizará as relações bilaterais e permitirá retomar os projetos de envergadura que tínhamos pendentes”, disse o ministro paraguaio das Relações Exteriores, Eladio Loizaga.

“Agora vamos buscar o aprofundamento de nossas relações em todos os sentidos: econômicas, comerciais e políticas”, informou o funcionário.

A presença de Temer no Executivo brasileiro “virou a página de quatro anos de frias relações, as piores na história dos países desde a Guerra do Paraguai em 1864-1870”, declarou o analista Oscar Gómez.

“Agora é necessário sentar para falar sério”, enfatizou, em referência a uma ampla disputa pelo preço que o Brasil paga ao Paraguai por usar sua parte da energia elétrica.

Continua depois da publicidade

O chanceler Loizaga admitiu que a visita de Temer “será uma ocasião importante para reafirmar o nível de relacionamento que temos com o Brasil. Itaipu não vai estar fora das conversações” declarou.

O ministro disse que “é hora de começarmos a trabalhar” aludindo a temas urgentes na agenda bilateral e que foram congelados durante o governo de Dilma Rousseff.

O presidente Horacio Cartes foi um dos primeiros chefes de Estado que reconheceu Temer após considerar que a decisão de destituir a ex-presidente “foi tomada pelas instituições democráticas brasileiras”.

Os governos devem também acordar detalhes do plano para a licitação para construir duas grandes pontes internacionais, uma sobre o rio Paraná, perto da tríplice fronteira com a Argentina, e outra sobre o rio Paraguai, que servirá de via interoceânica entre o Atlântico e o Pacífico.

Continua depois da publicidade

As conversas girarão em torno também da segurança fronteiriça e do comércio bilateral, assim como sobre o tema Mercosul e a crise política que atravessa um de seus sócios, a Venezuela.

O distanciamento entre os dois governos começou em 2012, quando o Paraguai foi expulso do Mercosul após a destituição do ex-presidente esquerdista Fernando Lugo, por um julgamento político no Congresso do Paraguai.

hro/lp/pr