Treinadores, mas também cavalheiros: Jupp Heynckes e Zinedine Zidane encarnam a elegância de seus clubes e não vão abandonar os valores de Bayern de Munique e Real Madrid nas semifinais da Liga dos Campeões nesta quarta-feira.
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Nomeado em outubro em meio a um ambiente tenso, Jupp Heynckes suavizou a situação e motivou seus comandados.
O veterano técnico de 72 anos impôs suas ideias apoiando-se nos pesos pesados do elenco bávaro, ao contrário do antecessor Carlo Ancelotti. As estrelas tiveram seu orgulho e responsabilidades devolvidas, ao mesmo tempo que Heynckes pode integrar novos rostos como Corentin Tolisso e James Rodríguez.
Tendo conquistado a tríplice coroa em 2013 e com vários jogadores daqueles títulos ainda no elenco, chegou acompanhado com uma aura de magia no vestiário. “Todos os jogadores o amam, o ambiente no clube é sereno”, disse o diretor geral do Bayern Karl-Heinz Rummenigge, referindo-se ao técnico como uma “pessoa extraordinária”.
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A história de Zidane é similar. No início de 2016, assumiu o Real Madrid após a passagem conturbada de Rafael Benítez, transformando o clube merengue em uma máquina de conquistas com oito títulos em 11 possíveis, incluindo duas Ligas dos Campeões consecutivas.
“Zidane mudou nossa vida”, resumiu há um ano o presidente Florentino Pérez em entrevista à AFP. “Tem essa autoridade sobre os jogadores porque foi um grande jogador”, acrescentou.
Graças a sua gestão de pessoas, Zizou conseguiu colocar no banco de reservas nomes de peso como o colombiano James Rodríguez e o galês Gareth Bale. Com ele, todos têm suas oportunidades, como Marco Asensio e Lucas Vázquez.
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– Dois emblemas –
Zidane é francês, mas com o maior vencedor clube espanhol o encontro foi imediato.
“Seus valores são os do Real Madrid. É uma história de amor, bonita e eterna”, disse Pérez, que o contratou como jogador em 2001.
Zidane passou por todos os cargos no Real Madrid: conselheiro do presidente, diretor esportivo, auxiliar técnico, técnico da filial e por último treinador do time principal. “Tenho o DNA do Real Madrid, esta é minha casa”, resumiu o francês.
Recentemente, Zizou prorrogou seu contrato até 2020 e garante desfrutar do dia a dia apesar da pressão monstruosa. Na semana passada, defendeu o clube qualificando de “vergonha” as críticas que sugeriram “roubo” na classificação obtida contra a Juventus nas quartas de final.
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Heynckes, por outro lado, é um personagem central do Bayern de Munique apesar de nunca ter jogado no clube. É sua quarta passagem pelo clube e foi o responsável pela tríplice coroa com os títulos da Bundesliga-Copa-‘Champions’ em 2013.
Quando voltou no início de outubro, chamado durante sua aposentadoria, reconheceu que o fez por “pura paixão pelo Bayern” e por amizade ao presidente Uli Hoeness, com quem foi campeão da Copa do Mundo de 1974.
– Conectados com os jogadores –
No dia a dia, Heynckes explica claramente o que quer. E depois deixa sua confiança cega com os jogadores.
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Assim, tirou Thomas Müller de uma má fase e elevou o nível do goleiro Sven Ulreich a ponto de ser cotado para a Copa do Mundo da Rússia.
O campeão da Liga dos Campeões com o Real Madrid, em 1998, também colocou James Rodríguez nos eixos por conta de seu domínio da língua espanhola.
“Acrescentou um novo espírito de equipe”, afirmou o zagueiro Mats Hummels, que acrescentou que “a coisa vai muito bem com muitos jogadores quando diz claramente: ‘quero ver isso ou aquilo, e não quero voltar a ver isso ou aquilo'”.
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Zidane, por outro lado, tenta acrescentar sua serenidade. “O que você sente, tem que transmitir para seus jogadores. Basta ser tranquilo”, dizia após a classificação no limite da partida contra a Juventus.
O francês defende seus jogadores independentemente do mau tempo e eles retribuem a confiança: “estamos com ele até o final”, disse o brasileiro Marcelo.
Em resumo, Zidane é um facilitador que usa sua cumplicidade e sua aura de lenda do futebol para tirar o melhor de cada um.
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“Gosto do jogo, gosto que meus jogadores joguem”, explicou. “Transmito aos jogadores quem sou”, acrescentou.
* AFP