Após definir a formação, o Heryn Dae surgiu no finalzinho de 2014, em São Francisco do Sul. Desde então o quarteto catarinense passou a focar os esforços em apresentações pela região e no processo de composição do repertório, que agora se materializa no primeiro disco, auto-intitulado e lançado em parceria com o selo Roadie Metal.

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Não é perfeito, mas é um debut bastante sólido, calcado no tradicionalismo do gênero, avançando pelo power e se insinuando pela faceta mais extrema do heavy metal. Para reforçar essas características, Heryn Dae soa como algo gravado lá na segunda metade da década de 1980, simples e desprovido do refinamento que tantas bandas atuais parecem não abrir mão.

Deixemos claro que a produção não é necessariamente ruim, mas possui aquela crueza que torna o gênero tão resistente à passagem do tempo e que, convenhamos, torna tudo tão legal. E, dentro das limitações de uma cena há tanto tempo restrita ao underground, o Heryn Dae é curiosamente eficaz ao replicar o sentimento épico, focando mais na emoção do que na desenvoltura técnica.

Ao final do dia, é inegável a capacidade da banda em capturar a essência do que é o heavy metal como forma de música, e faixas como Final Fantasy, Heryn Dae ou Kings Of The Anarchy refletem muito bem esta percepção. Indicadíssimo ao público que não abre mão da vibração do Manilla Road ou até mesmo Grave Digger. lml

O vocalista Victor Moura também quer falar:

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Olá pessoal, que tal começarmos com uma breve biografia do Heryn Dae?

O projeto Heryn Dae nasceu em 2013, mas a banda foi criada em final de 2014. O termo Heryn Dae vem da língua fictícia do elfico tolkiano e significa Dama das Sombras. A proposta era fazer um heavy metal com trechos com death e thrash e lançamos o primeiro álbum em 2016 com ótima recepção. Atualmente estamos iniciando um segundo trabalho.

O Heryn Dae convence com o primeiro disco. Ainda que honre o som clássico, existiu alguma preocupação em manter a música atualizada para atrair o público mais jovem?

Acredito que não. Estávamos preocupados em fazer um bom som, que foi moldado pelas diferentes influências que cada um de nós possui.

Sem substitutos à vista, o ciclo das grandes bandas parece estar se encerrando. Como é atuar com a perspectiva de uma não renovação neste segmento da cena metálica? O que fazer para mudar isso?

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Difícil responder esta. Acho que tocamos porque gostamos, não criamos a expectativa de retorno ou de prosperar. E por isso toda a conquista é comemorada e seguimos nosso caminho. Referente ao cenário aqui da região de São Francisco, falta união, apoio à cena, mas estamos tentando. Tem muitos brothers que estão junto com a gente nessa. Mas há ainda uma longa jornada.

Formação:
Victor Moura: voz
Juliano Bianchi: guitarra
Ricardo Bach: baixo
Cristiano Pereira: bateria

Foto: Heryn Dae / Divulgação

Heryn Dae: Heryn Dae
2016 / Roadie Metal – nacional
01. March To Die
02. Final Fantasy
03. Heryn Dae
04. Death
05. Shadow´s Prologue
06. Lucy
07. Kings Of The Anarchy
08. Evil Fortress

*Ben Ami Scopinho está há mais tempo em Floripa do que passou em sua terra natal, São Paulo. Ilustrador e designer no DC, tem como hobby colecionar vinis e CDs de hard rock e heavy metal. E vez ou outra também escreve sobre o assunto.