“ Pais têm deveres para com seus filhos e um deles é acompanhá-los ao cinema, a fim de que vejam além das telas. Afinal, nelas há sempre um quê de verdade. Quando assistimos a Drácula, uma frase me chamou a atenção: “Às vezes a sociedade não precisa de heróis, precisa de monstros”.
Continua depois da publicidade
No longa, o príncipe Vlad se utiliza do mal para proteger, em especial, seu filho. Seria justo, nesse caso, usar o mal para fazer o bem? Dependendo do ponto de vista, invertendo-se papeis, um herói pode se tornar um monstro, ou vice-versa. Na verdade, todos têm um herói e um monstro dentro de si, basta despertá-los – de um lord Drácula a uma bruxa mané.
E das telas para a vida real se tem, de um lado, três crianças de sete a oito anos que envenenam a professora e, de outro, três irmãos que morrem eletrocutados tentando se salvar. Teriam as primeiras crianças a intenção de matar? Teria a professora despertado a monstruosidade naquelas crianças? Teriam as crianças mortas consciência do perigo? Seriam os pais responsáveis pela ruindade e bondade dos filhos?
E muitos são os questionamentos, poucas, as respostas. Após duas viradas de século, tenta-se deixar para trás um histórico de escravismo, no entanto, não se consegue resolver assuntos simples, e muitas violências se perpetuam. De imediato, pensa-se em diminuir a maioridade penal, pois é mais fácil maquiar e amenizar as consequências do que tratar as causas.
Além de levar os filhos ao cinema, é preciso ensinar-lhes limites e, lógico, responsabilizar-se por eles. Não adianta matriculá-los em cursos de inglês se não conseguem se comunicar na língua materna com os diferentes. Não adianta mandá-los ao exterior para se tornarem cidadãos do mundo, se não conseguem ser cidadãos brasileiros. De nada lhes adiantará uma matrícula na escola se, em casa, não lhes ensinarem valores. Enfim, que filhos nós pais deixaremos ao futuro? “
Continua depois da publicidade