O ano é 2014. A Chapecoense sai da zona de rebaixamento após penar até as últimas rodadas para atingir o objetivo. O herói da façanha foi um atacante, que desandou a fazer gols que ajudaram o Verdão a conquistar pontos importantes. Quatro anos depois, a história parece que volta se repetir, inclusive com o mesmo protagonista: Leandro Pereira.
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Depois de evitar a queda da Chape em seu primeiro ano na elite, o camisa 9 jogou na Bélgica (pelo Brugge), foi campeão brasileiro pelo Palmeiras e atuou no Sport. Em mais de uma ocasião, teve o retorno ao Oeste catarinense quase sacramentado, o que ocorreu somente nesta temporada.
Mas tudo parece acontecer no tempo exato. Quando as bolas começaram a encontrar o caminho das redes, a equipe se reencontrou na Série A e deixou o Z-4. Com os últimos três gols – um contra o Atlético-PR e dois contra o Internacional –, Leandro Pereira ajudou o time a conquistar seis pontos importantíssimos.
O próximo desafio é só na segunda-feira, às 20h, quando a Chape recebe o Fluminense para o terceiro jogo consecutivo como mandante. A esperança do torcedor é de que a pontaria do artilheiro siga afiada.
Duas vitórias seguidas e a saída da zona de rebaixamento dão uma sensação de alívio?
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A gente vinha de um momento complicado e tinha dois jogos chave, que eram contra o Atlético-PR e o Inter. Graças a Deus, vencemos os dois. O duelo contra o Inter era muito difícil, pois eles eram os líderes do campeonato, com um time muito bem montado. Tivemos um trabalho bem conduzido, retomamos a força em casa e conseguimos um bom volume de jogo. Mas ainda temos que manter os pés no chão.
As saídas de jogadores durante o campeonato atrapalharam?
De certa forma, sim. Às vezes, não tem peças, não tem opção de reposição. Saíram jogadores importantes como Apodi, Arthur, mas o Guto conseguiu repor essas peças de uma forma boa e o Eduardo está bem, assim como o Doffo fez uma baita partida contra o Inter. A gente conseguiu neutralizar os pontos fortes deles.
Dá para pensar em algo mais do que só escapar do rebaixamento?
Com certeza. O campeonato está embolado do meio da tabela para baixo e a gente sabe que o jogo contra o Fluminense é muito importante. Eles têm três pontos a mais do que nós e com uma vitória podemos nos igualar.
Em 2014, o time também frequentou a zona de rebaixamento na época. Você vê semelhanças?
É a mesma coisa, parece uma repetição. Espero ter um desempenho tão bom ou melhor do que naquele ano, quando fiz 11 gols. Agora, tem mais 13 jogos e dá pra chegar entre nove e 10 gols.
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Era para você ter voltado no ano passado, não era?
Sim, tive uma lesão no joelho e não sabia. Tive que voltar para o Sport e fazer o tratamento. Mas depois surgiu novamente a oportunidade e quis vir, pois tenho carinho por esse clube.
Você continuou acompanhando a Chapecoense depois que saiu daqui?
Continuei acompanhando porque aprendi a gostar da Chapecoense, ela me lembra coisas boas. Mesmo quando estava na Bélgica, acompanhava os jogos e torcia. Sempre mantive contado com o Sandro (ex-presidente, que morreu no acidente aéreo de 2016) e com o Cadu (gerente de futebol, vítima do mesmo acidente). Eles sempre me falavam que estava na hora de voltar e bateu na trave duas vezes. No jogo em que o Palmeiras foi campeão brasileiro no final de 2016, no túnel de acesso ao gramado, o Sandro falou: “Agora que você foi campeão, pode voltar”. Eu disse que iria ver com o Neto, meu empresário, mas ficou meio acertado que voltaria. Eu estava bem disposto a retornar. No dia seguinte, eles viajaram e aconteceu a tragédia. Na reconstrução do time, o Maringá me ligou e eu queria ajudar o clube com o maior prazer. Mas o Palmeiras acabou não me liberando.
Em 2014, a Chapecoense tinha acabado de subir e não tinha muita estrutura. Que diferenças você percebeu agora?
Mudou muita coisa, principalmente a estrutura. Hoje tem um Centro de Treinamento que não é muito grande, mas que muitos clubes gostariam de ter. Tem uma boa estrutura fisiológica e uma academia que é uma das melhores entre os clubes pelos quais passei. Em 2014, a gente tinha que treinar no campo cedido pela Aurora ou então viajar de 20 a 30 minutos para treinar em campos que não tinham boas condições. Hoje, tudo está em ordem.
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Você já trabalhou como Guto Ferreira em outras oportunidades, não é mesmo?
É a terceira vez que trabalho com o Guto. Quando joguei a Copa São Paulo pelo Ferroviário, ele me levou para o Inter. Depois para a Portuguesa, e agora na Chapecoense.
Então você ficou feliz quando ele foi contratado?
Fiquei feliz, sim. Tenho um carinho enorme por ele. É excelente treinador e pessoa.
Seu contrato vai até quando? Tem alguma tratativa para renovação?
Com a Chapecoense, até dezembro, e com o Brugge, até junho. Ainda não falamos em renovação. Estou bem focado em nos afastarmos da zona de rebaixamento e em fazer bons jogos. Não conversamos nada. Vamos deixar para depois do campeonato e com certeza espero fazer o melhor para mim e para o clube.
Qual a sua meta agora?
Primeiramente, quero deixar a Chapecoense na Primeira Divisão. Depois, conquistar uma vaga para a Sul-Americana e, se possível, ir para a Libertadores.
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