O Cinearte era a menina dos olhos de Herbert Holetz, que faleceu nesta quinta-feira, segundo o filho Jorge. O projeto, que oferece sessões de cinema gratuitas na sala Edith Gaertner, na Fundação Cultural de Blumenau, completa 10 anos em 2013. No período, mais de 500 obras nacionais e internacionais – a grande maioria do acervo pessoal do curador – foram exibidas.

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Diretor de Cultura da Fundação Cultural de Blumenau, Ricardo Pimenta lembra que o cinéfilo colocava a mão na massa para promover os filmes que tanto amava:

– Ele fazia a seleção dos filmes, criava as sinopses e os cartazes. Depois, andava pela Rua XV de Novembro distribuindo as filipetas, convidando todo mundo para a sessão. Toda segunda-feira à noite, lá estava ele para recepcionar as pessoas.

Jorge conta que quando o pai percebeu que não poderia mais ir até a fundação para as sessões do Cinearte, de onde estava afastado desde o ano passado, Holetz começou a se preocupar com a continuidade do projeto:

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– Ele queria muito que as coisas continuassem, mesmo sem a presença dele. Então foi atrás das pessoas que poderiam ajudar com isso. Para se ter uma ideia do amor dele pelo Cinearte, meu pai deixou a programação dos filmes pronta até o fim do ano.

Continuidade mesmo sem Holetz

O Cinearte continuará, mesmo sem Holetz. O presidente da Fundação Cultural, Sylvio Zimmermann, explica que as ideias para a comemoração aos 10 anos do projeto agora passam por uma necessária e merecida homenagem ao cinéfilo.

– O mínimo que podemos fazer é encontrar uma forma de reverenciá-lo – diz Zimmermann.

Há ainda um grande acervo de Holetz na fundação, onde mantinha mais de 2 mil fotos e cartazes e 400 livros sobre cinema. Segundo Zimmermann, o material receberá um tratamento mais adequado, será transferido ao Arquivo Histórico, onde deve passar por um processo de catalogação, para possibilitar o uso para pesquisas.

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