Foi no século 15 que se evidenciou uma ilha no Oceano Atlântico, bem ao sul, com excelentes características naturais para paragem das embarcações. A Ilha de Santa Catarina está localizada à Sudeste do Meridiano que sinalizava o Tratado de Tordesilhas ( 1494) – acordo assinado entre as Coroas Portuguesa e Espanhola para definição dos territórios pertencentes a cada um. Desde então, passou a ter importância estratégica para as navegações da costa sul- americana para reconhecimento da região e do acesso ao Rio da Prata.
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Antes da chegada de aventureiros navegadores, piratas e corsários, já habitavam a ilha e região fronteiriça os povos indígenas, os carijós, e principalmente os índios tupi- guarani. Os indígenas chamavam a ilha de Meiembipe ( local próprio pra reabastecimento). Os primeiros europeus a se fixarem na Ilha foram marujos espanhóis ( em torno de 19 homens) da expedição de Juan Diaz de Solís, em 1514, que formaram famílias com as índias locais.
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Desde então outras expedições se sucederam, uma delas era de Sebastião Caboto, que, em 1526, denominou a Ilha como Ilha de Santa Catarina em homenagem à Catarina de Alexandria – Virgem Santa de Alexandria ( celebrada em 25 de novembro). A Restauração de Portugal, em 1640, aguçou outras estratégias para ocupação e posse dessas terras até a Bacia do Prata.
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Os povoados Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco ( São Francisco do Sul) e Nossa Senhora do Desterro ( Florianópolis) foram fundados em 1658 e 1673, respectivamente. Com a elevação da póvoa à categoria de Vila ( 23/ 03/ 1726) e depois à sede do Governo da Capitania de Santa Catarina ( 1738), sendo seu governador o engenheiro militar José da Silva Paes, foi necessário militarizar a ilha. Silva Paes organizou a cidade construindo O Paço da Cidade, o Palácio do Governo, a Catedral e as ruas para receber colonizadores vindos dos Arquipélagos dos Açores e Madeira. Nossa herança cultural de base açoriana é resultado da configuração política, social, econômica, religiosa, daqueles que trouxeram as suas culturas.
A Ilha crescia e se consolidava entre os séculos 18 e 20 como uma cidade portuária. Isso fez com que a região continental passasse a ter importância para o crescimento e expansão da província. Há que se destacar a presença de negros escravos que faziam trabalhos pesados nos engenhos de fabricar farinha, nos alambiques, nas armações baleeiras e nas propriedades agrícolas. Deles recebemos muitos contributos culturais. Um segundo fluxo imigratório vai se iniciar com a chegada de alemães ( 1829) à primeira colônia alemã de SC, São Pedro de Alcântara. Italianos, poloneses, gregos, sírio- libaneses, japoneses, também contribuíram com nossa diversificada cultura.
No início do século 20, a Grande Florianópolis vê a modernização chegar e a obra de ligação entre a Ilha e continente: a Ponte Hercílio Luz ficou pronta, em 1926, configurando um novo sistema viário. A região é diversificada em aspectos culturais, resultado de tantos povos e culturas que aqui se estabeleceram. É linda em paisagens verdes com montanhas, vales, rios, planícies, manguezais e muita areia branca. Ah! As nossas praias estão literalmente mergulhadas nas águas desse recanto, que é um brinco precioso do nosso litoral.
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*Artigo de Francisco do Vale Pereira, historiador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)