Após uma semana nada comum no Figueirense, em que os jogadores se negaram a treinar no CFT do Cambirela por dois dias, Hemerson Maria desabafou sobre os problemas financeiros. O técnico do Alvinegro falou da atual situação do clube em entrevista coletiva depois do empate em 1 a 1, contra o Londrina, no Orlando Scarpelli.
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Os jogadores não treinaram na última segunda e terça-feira em protesto aos atrasos salariais. A iniciativa veio de todo o grupo, que estava sem receber as quitações desde maio deste ano.
Tive proposta de 500 mil dólares — diz Hemerson Maria
— Estou de saco cheio com o que está acontecendo. Passou pela minha cabeça (sair), mas com apelo dos atletas e de funcionários eu senti que sou importante aqui. Quando eu sair daqui, quero que as pessoas sintam a minha falta. Tenho integração legal com funcionários, e eles são heróis. O clube está agonizando por uma ajuda, que alguém venha e o resgate. Tem que ser resgatada a dignidade do Figueirense. Falam em notáveis, mas os reais notáveis são os torcedores e os funcionários do Figueirense — desabafou Hemerson Maria.
Além dos atrasos salariais, o técnico do Alvinegro falou sobre a procura de diversos clubes para trabalhar tanto na Série A do Brasileiro quanto fora do país.
— Tenho mercado na Série B, na Série A. Recebi alguns convites. Tive uma proposta para ganhar 500 mil dólares no mercado Árabe. Ajudaria bastante na questão financeira, mas eu não poderia dar as costas para o clube que é responsável por eu estar aqui.
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A questão financeira, que levou os jogadores a não treinarem por duas vezes, além de não irem para a concentração para o jogo contra o Brusque, pela Recopa Catarinense, gera uma crise no clube. Na última segunda-feira (15), o Figueirense adiantou a quinta cota das seis que a instituição tem direito junto à CBF.
— Disseram que jogador tem que jogar. Mas o jogador tem conta para pagar, colocar gasolina no carro, aluguel. Esse grupo do Figueirense, em termos financeiros, custa um terço do que o grupo do ano passado. Me deram garantia de pagamento em dia. Eu me comprometi com os jogadores dizendo que tinha promessa de não atrasar. Não sai porque tenho afinidade com estes atletas. Precisa haver harmonia. Se não fosse resolvida a situação, o presidente fosse lá conversar, os jogadores não iriam entrar em campo, porque eu nunca vi um grupo tão fechado.