Hemerson Maria deixou o comando técnico do Figueirense na tarde desta segunda-feira. Insatisfeito com a crise no clube, citada por ele na entrevista coletiva após o empate em 1 a 1 com o Criciúma no último sábado, o treinador entregou o cargo antes do treinamento desta segunda-feira. Não houve treinamento apronto para o jogo do dia seguinte, quando o Figueira enfrenta o Vitória às 19h15min no Orlando Scarpelli,

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O técnico Hemerson Maria se manifestou à imprensa pouco depois do comunicado ao grupo de jogadores. O treinador afirmou que não seguiria no cargo enquanto não houver mudança na gestão do Figueirense. Ele deixou claro que não irá dirigir a equipe enquanto Cláudio Honigman for presidente do Figueira.

— Foi tudo colocado para ele, mas não há uma solução. Promessas não cumpridas. O Figueirense é um clube que não há respeito, uma maneira que eu não gosto. Já trabalhei em clubes com dificuldades financeiras. As pessoas estão com as mangas arregaçadas e trabalhando em todos os setores. Mas o clube (Figueirense) está definhando, pois as pessoas perdem respeito e credibilidade. É uma série de sentimentos que acontece aqui. Não é decisão tomada agora, em cima da hora. Foi uma decisão bem pensada. Falei com família, amigos e atletas experientes para ver se tínhamos outro caminho. Melhor caminho é romper o vínculo e deixar as pessoas tem poder decisão tomem o rumo aqui, porque do jeito que está é muito ruim – afirmou o técnico em entrevista em frente a um dos portões do Scarpelli, local do treinamento previsto para esta segunda-feira.

A assessoria de imprensa do clube informou que a saída de Hemerson Maria e não haver treinamento nesta segunda-feira foi "decisão interna"

Foi a primeira vez na carreira como técnico de times profissionais, iniciada em 2012, em que Hemerson Maria deixou o cargo. Ele se mostrou incomodado com a situação vivida pelos atletas e funcionários, que acumulam atrasos no pagamento de salários. Um agravo à este sentimento do treinador, manifestada recentemente, foi a contratação de Antônio Lopes para comandar o departamento de futebol do clube. Para Hemerson, sua continuidade no cargo ficou insustentável.

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– Eu disse que me separei duas vezes do Figueirense, mas que sempre voltamos a se reencontrar. Talvez, mais adiante, a gente volte a prestar serviços aqui. Foi um orgulho. Não faltou comprometimento, respeito e seriedade, mas a gente tem um limite. Infelizmente o meu limite estava no máximo e eu não iria produzir o que eu gostaría. Fica meu agradecimento. Foi uma decisão difícil, pois além do lado profissional tem a paixão pelo clube onde passei mais de 20 anos da minha vida. Quero pedir desculpa ao torcedor e às pessoas que sempre nos apoiaram. A gente torce que o Figueirense em breve retome o caminho da credibilidade, de um clube de respeito.

Hemerson Maria deixa o cargo com aproveitamento de 55% em 34 partidas em que comandou a equipe, desde o início da temporada. Foram 14 vitórias, 14 empates e seis derrotas entre jogos do Catarinense 2019, Recopa Catarinense, Copa do Brasil e Série B do Campeonato Brasileiro.

Com ele também saem o auxiliar Emerson Nunes e o preparador físico Alexandre Souza. Antes de encerrar a entrevista, Hemerson Maria informou que a decisão não está relacionada a propostas de outros times.

– Não tenho acerto com ninguém. Foi (decisão) amadurecida. O próximo passo é falar com minha família, comissão técnica e saber do futuro.

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