Quinta-feira, 12 de março de 2015. Pouco mais de três meses depois de ter levado o Joinville ao mais importante título de sua história – o da Série B -, o técnico Hemerson Maria parecia estar por um fio no comando do Tricolor. A derrota para o Figueirense, na segunda rodada do hexagonal semifinal, era mais um duro golpe para a torcida, que viu poucos lampejos do time que conquistou o Campeonato Brasileiro durante o início do Estadual.
Continua depois da publicidade
:: Leia as últimas notícias sobre o Joinville Esporte Clube
A cobrança pela cabeça do treinador foi grande. Mas poucas pessoas respondem tão bem à pressão quanto o manezinho de 54 anos. Foi ele mesmo quem admitiu isso dias depois, quando o time reencontrou o bom futebol, voltou a jogar bem e deu início à reação que culminou com a conquista do título estadual.
:: Veja quais foram os destaques do JEC na campanha do Catarinense 2015
– Estou acostumado a isso. Sempre vai ter pressão na nossa vida. Tem pessoas que lidam melhor com ela e eu me dou muito bem. Gosto de estar pressionado. Isso me faz ficar quieto no meu canto, ficar acuado, para depois soltar o leão que tenho preso dentro de mim. Estamos alimentando isso no Joinville. O guerreiro está ferido, foi muito criticado – avisou em 26 de março, em tom de premonição.
Continua depois da publicidade
Dito e feito. Pressionado, o treinador assimilou as críticas, passou por cima das cobranças e fez o time render mais a cada partida. Depois daquela derrota para o Figueirense, foram dez jogos consecutivos de invencibilidade pelo Catarinense, que culminaram com a conquista de um título que o clube não alcançava desde 2001.
E foram muitos os méritos do comandante nesta campanha. Enfrentou uma maratona de jogos, com pouco tempo para treinamentos, e, mesmo assim, acertou a equipe dentro da competição; superou o desligamento de um dos ídolos da torcida, o goleiro Ivan, e controlou o vestiário; transformou Willian Popp em uma promessa formada nas categorias de base; e, mais importante do que tudo isso, resgatou o orgulho de uma cidade que pode voltar a falar que tem o melhor time de futebol do Estado.
Por ser natural de Florianópolis, berço de rivais históricos do Joinville, Hemerson Maria sempre terá o seu trabalho examinado com lupa pelos torcedores do Joinville. Qualquer derrapada vai ser suficiente para críticas e cobranças soarem mais altas do que nunca. Mas é inegável que o manezinho já deixou suas impressões digitais cravadas na história do Tricolor. Está em um patamar onde poucos conseguirão chegar.