Diz o ditado que pouco se aprende com a vitória, e muito com a derrota. Algo parecido vale para castigo de mãe: os mais bem aplicados – aqueles que atingem em cheio alguma ambição infantojuvenil, surtindo portanto o efeito esperado – jamais são esquecidos e, com o passar dos anos, transformam- se em divertidas anedotas autobiográficas.

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– Eu já tinha 13 anos, estávamos na ilha de Curaçau. No final do dia, pessoas de vários países se reuniam para jogar futebol na frente do porto. Uma hora, enquanto eu estava lá, minha mãe apareceu e pediu para eu fazer alguma coisa, porque no barco nós tínhamos nossas tarefas. E eu respondi “não enche o saco, vai”. Assim que terminei, percebi o que tinha dito. Fiquei torcendo para que ela não tivesse ouvido. Mas não deu. Ela disse: “olha, para você nunca mais esquecer o que é respeito, hoje você não vai desembarcar para jogar futebol”. Esse foi um castigo clássico – conta David Schürmann em meio a risadas.

Além das lições, também foi da mãe Heloísa que veio um dos objetos mais especiais de sua história: uma câmera filmadora que ganhou quando tinha 12 anos e serviu para lhe certificar a paixão pelo cinema. Herdou também de Heloísa o gosto pelo desconhecido, a curiosidade e a vontade de aprender outras línguas – além de um Snoopy de pelúcia que hoje pertence a seu filho, Kian, de 4 anos.

– Dizem que a maçã nunca cai muito longe da árvore. Minha mãe sempre foi muito ligada aos livros, tanto em ler quanto em escrever. Eu fui para o lado das imagens, dos filmes, mas da mesma forma eu gosto de contar histórias – compara David.

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