O serviço aéreo da Polícia Militar (PM) está totalmente paralisado em Santa Catarina. Os três helicópteros e dois aviões sediados em Florianópolis, Joinville e Lages aguardam manutenção ou contratação de seguro para voltarem a voar. O problema acontece desde a metade de agosto. Por isso, durante a quinta onda de atentados ocorrida no Estado entre o fim do mês passado e começo de setembro, apenas parte dos veículos estava apta a voar.

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A reportagem entrou em contato com a PM em 4 de setembro para confirmar os problemas no serviço. Das cinco fontes oficiais procuradas, apenas o Centro de Comunicação Social (CCS) se manifestou e afirmou que a Secretaria da Fazenda deveria ser procurada. A pasta disse que repassou os valores necessários para manutenção e seguro das aeronaves. Segundo a secretaria, está sendo cumprido o cronograma de repasses definido pela própria PM. Na segunda-feira, o Tesouro do Estado enviou R$ 823,2 mil, conforme teria sido previsto. Em agosto, o envio foi de R$ 151,5 mil.

Nesta quarta-feira, a PM confirmou que recebeu o repasse e fez ontem, 19 de setembro, a licitação para a renovação do seguro das aeronaves. A corporação diz que os helicópteros Águia 02, de Florianópolis, e Águia 04, de Lages aguardam a chegada de peças para o retorno de suas atividades operacionais. O Águia 01, de Joinville, e os dois aviões estão com o seguro em processo de renovação.

A corporação não informou desde quando cada um dos veículos está parado, mas a reportagem apurou que o problema acontece em Joinville pelo menos desde 15 de agosto, enquanto em Lages o equipamento parou de voar na última sexta-feira. Recentemente, o Águia 04 atuou em operações em Videira e Santa Cecília.

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A licitação estaria aguardando apenas a liberação da Secretaria da Fazenda, que nega estar tramitando na pasta processo interno com esse objetivo. Segundo a PM, “as atividades e os serviços de aviação só poderão ser restabelecidos quando as situações forem normalizadas”. Por isso, ainda não há prazo para a volta das operações.

O Batalhão de Aviação da PM começou as atividades em 1986 com uma aeronave alugada. Ela fazia serviços de resgate, busca, salvamento, defesa civil, meio ambiente, atendimento de ocorrências policiais, entre outros. A última unidade a ser aberta no Estado foi em Lages, com a criação da 5ª Companhia para missões na Serra catarinense.

Atualmente, as aeronaves atuam em diferentes frentes, mas principalmente no combate à criminalidade.

PM se manifesta

Às 19h30, a PM se manifestou oficialmente sobre o assunto. Leia abaixo a íntegra da nota assinada pelo tenente-coronel João Batista Réus:

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“Atuação

“A Polícia Militar possui cinco aeronaves: três helicópteros (que ficam sediados em Florianópolis, Joinville e Lages), e dois aviões (na Capital).

“Seguro

“Após a liberação de recursos pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), o processo de licitação – realizado pela Polícia Militar – para renovação dos seguros das aeronaves foi concluído nesta terça-feira, 19.

“As apólices têm previsão de emissão até a próxima sexta-feira, 22. Com a medida, o helicóptero Águia 01 (Joinville) e o avião Águia 03 (Fpolis) estarão liberados para voo. As outras aeronaves encontram-se seguradas.

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“Peças/componentes

“A PMSC já recebeu os recursos necessários para aquisição/manutenção dos componentes que impedem o emprego das seguintes aeronaves:

Águia 05 (avião, Fpolis) – componente foi enviado para conserto fora do Brasil, sem previsão de retorno.

Águia 02 (helicóptero, Fpolis) – o componente Fuel Control Unit (FCU) já foi adquirido e tem previsão de instalação para esta sexta-feira, 22.

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Águia 04 (helicóptero, Lages) – com a liberação de recursos serão realizados os procedimentos para importação do componente FCU.

“Quartel do Comando Geral, 20 de setembro de 2017

JOÃO BATISTA RÉUS

Tenente-Coronel PM Chefe

Centro de Comunicação Social”

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