Joinville está prestes a perder o posto de maior economia de Santa Catarina. Dados preliminares do produto interno bruto (PIB) dos municípios brasileiros de 2011 – os mais atualizados -, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a diferença da soma de riquezas do município para Itajaí, que em 2010 era de R$ 1,33 bilhão, caiu para cerca de R$ 200 milhões.
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A participação joinvilense no PIB estadual diminuiu de 11,32%, em 2010, para 11,12% no ano seguinte. Já fatia de Itajaí engordou: foi de 10,44% para 11%.
Pouco surpreso com o bom desempenho de Itajaí, o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Onézio Gonçalves Filho, declarou que “na próxima pesquisa do IBGE, o PIB de Itajaí já terá ultrapassado o de Joinville”.
Dois fatores explicam essa mudança de cenário. Um deles é o aumento do número de empresas instaladas em Itajaí. Foram mais de 3 mil só neste ano, entre elas a Oceana Offshore, que está investindo R$ 220 milhões para produzir embarcações de apoio à exploração do pré-sal. Também pesam a favor da cidade o projeto de uma nova marina e as regatas internacionais sediadas nos últimos anos, que proporcionaram reconhecimento mundial e fortaleceram o setor náutico.
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O outro diz respeito à limitação que as empresas de Joinville têm para crescer fisicamente, o que tem levado muitas delas a expandirem para cidades vizinhas.
Um dos casos que ilustram bem a situação é o da Ciser, do ramo de porcas e parafusos. A empresa vai transferir suas linhas de produção para uma nova fábrica que está sendo construída em Araquari porque, entre outros fatores, o espaço no atual endereço ficou pequeno.
“Não penso em ranking”, diz secretário
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Joinville, Jalmei Duarte, a situação reforça a importância de o município rever a questão do zoneamento urbano, que não estaria, segundo ele, “sincronizada com o desenvolvimento atual”.
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O projeto da nova Lei de Ordenamento Territorial (LOT), que prevê mudanças neste sentido, ainda está em análise no Conselho da Cidade. Apesar disso, a possibilidade de a economia de Itajaí superar, em números, a de Joinville parece não incomodar o secretário.
– O que importa é o crescimento da região como um todo -, diz.
Jalmei acredita que o município deve desempenhar um papel de protagonismo no processo de expansão do Norte catarinense. A vinda de empresas e investimentos para cidades vizinhas beneficia, também, indiretamente a cidade, avalia o secretário.
A economia em SC é menos concentrada Santa Catarina desponta na avaliação do IBGE como um dos dois únicos Estados brasileiros cuja capital não assume a primeira colocação na contribuição para o PIB estadual.
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Essa situação faz a economia catarinense seja a mais autônoma do País, já que Florianópolis contribuiu com 6,8% do PIB estadual. Na outra ponta, o Amazonas é o mais dependente, com Manaus participando com 79% do PIB estadual.
* Colaborou Janaína Cavalli