A Polícia Militar tem acompanhado as movimentações, em especial nas redes sociais, para tentar avaliar o volume das manifestações deste 7 de Setembro. Diferentemente do que aconteceu no Rio de Janeiro e em Brasília, na maior parte dos protestos que ocorreram em Florianópolis e em Santa Catarina os manifestantes conviveram de forma pacífica com os militares, o que foi facilitado pela ausência quase total de atos de vandalismo.

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Diário Catarinense – Há algum esquema especial montado para o 7 de Setembro?

Araújo Gomes – Com certeza, vai ter uma estrutura de policiamento no caso de haver uma manifestação na região central. Estamos acompanhando.

DC – Qual tamanho do efetivo?

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Gomes – Suficiente. Nesse tipo de operação a gente não divulga esses dados. Haverá efetivo para pronto emprego e preparação de esquema de trânsito para o caso de haver algum tipo de fechamento. Estamos monitorando a preparação dessas manifestações nas redes sociais.

DC – Há alguma pré-instrução para o caso de os manifestantes tentarem ir para as pontes?

Gomes – Em nenhum momento a polícia autoriza a ir para a ponte, a ocupar a ponte. O que existe é um protocolo de uso da força, que inicia a retirada pela negociação. O que a polícia faz é o seguinte: ocupou a ponte? Vamos desocupar. Qual o primeiro passo? Informar as pessoas que elas não podem fechar. Segundo passo, iniciar a negociação. E, assim, uma série de medidas até chegar ao ponto do uso da força.

DC – A polícia percebe diferenças entre as manifestações de agora e as que aconteceram em junho?

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Gomes – Na verdade, as de agora a gente não tem ideia do que pode acontecer. Aliás, não tem como avaliar porque ainda não aconteceram. A gente está tentando acompanhar as mobilizações, mas o que nós temos percebido – monitorando hoje a internet, as redes sociais abertas – é que a movimentação de comunicações falando das manifestações até hoje meio dia (de ontem) não era muito relevante. Não para Florianópolis.

DC – A inteligência da PM notou alguma mudança no perfil dos manifestantes, por exemplo, a questão dos Black Blocs?

Gomes – Os Black Blocs se organizaram e tem hoje uma página no Facebook, mas eles não tiveram ainda presença relevante em nenhuma manifestação até agora. Se eles aparecerem amanhã (hoje), será a primeira em que vão estar presente de forma ostensiva. O que percebemos é que nas outras o número de pessoas de várias camadas sociais e motivações conversavam com mais intensidade e aderiam com mais intensidade às manifestações. Hoje a troca de mensagens nas redes sociais está mais concentrada nesses grupos que são mais combativos.

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