Ela é loira, magérrima, tem uma pele de porcelana e belos olhos azuis. Não é tão difícil entender a razão pela qual as características físicas da jovem Débora Cechetto, de Florianópolis, atraem uma multidão de pelo menos 94 mil seguidores (isso só em seu perfil no Instagram!), obcecada em saber o que ela come, que produtos passa no cabelo e até as cirurgias plásticas que ela – supostamente – teria feito.
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Ser famoso nas redes sociais implica em ter uma legião de fanáticos, alguns que idolatram, outros que espalham ódio – os haters, ou odiadores de internet -, em ambos os casos de uma forma excessiva e, às vezes, um tanto assustadora. Débora tem que lidar, por exemplo, com pessoas que criam perfis falsos usando fotos suas, espalham boatos sobre sua vida nas redes sociais e fuçam os confins da web para encontrar fotos suas da adolescência e “provar” que ela fez de rinoplastia a bichectomia – cirurgia para afinar a bochecha. Em tempo: ela afirma ter feito apenas septoplastia, para corrigir o desvio no septo, que não teria alterado o tamanho do seu nariz. O resto não é nada mais que truques de maquiagem, filtros e um bocado de fotogenia que fazem de suas selfies um grande sucesso de likes, ao lado de fotos de comida e do gato Castiel.
— Eles botam fotos muito antigas, de dez anos atrás, ao lado de fotos atuais, e não é justo, parece que entrei numa cabine e fiz várias cirurgias plásticas. Isso é ruim de todos os jeitos, porque um monte de menina nova comenta: “ainda tenho esperança”. Eles fazem por maldade comigo mas acabam influenciando mal as pessoas. Eu não vou dizer que não abala porque é impossível não se abalar com tanta energia negativa vindo pra ti — desabafa Débora.
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Assista ao vídeo:
Ela é famosa na internet há anos. Sua popularidade já era alta no extinto Fotolog, rede social em que começou a colecionar tanto fãs quanto haters. Os primeiros pagavam para que ela tivesse uma conta “gold”, que na época permitia que o usuário postasse mais de uma foto por dia. Já os segundos chegaram a criar comunidades no Orkut para falar mal dela.
— Tem gente que me odeia desde aquela época, isso que eu acho perigoso porque é muito tempo. Acho que as pessoas fazem isso porque não posto nada muito pessoal, nem o que eu faço da vida, eu sou muito reservada. Isso desperta uma curiosidade errada nas pessoas. Porque hoje em dia muita gente abre tudo, passa o dia mostrando a vida, e elas estão muito acostumadas com isso — acredita. Por esse motivo, ela não está no Snapchat, por exemplo.
Ao mesmo tempo em que ela não expõe detalhes de sua profissão, família e amigos na rede, ela não tem problemas em falar sobre sua depressão, ansiedade e enxaqueca crônica causada por uma meningite que teve quando criança. Os transtornos a afastaram de seu trabalho (formada em Ciências da Computação, ela fazia parte da equipe técnica do sistema de ensino à distância da UFSC) temporariamente para que ela pudesse se cuidar. Aos 26 anos completados há pouco, ela tem aproveitado o tempo em casa para se dedicar ao blog e ao recém-criado canal no Youtube. O namorado Luca, que estuda Publicidade & Propaganda, é quem a ajuda a gravar e editar o material.
— O blog ajuda a ver que bastante gente passa pelo que eu passo — conta.
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