* Com informações da Agência Brasil e FolhaPress

A Polícia Federal (PF) cumpre nesta quarta-feira (27) 29 mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais foram determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do inquérito das fake news que apura ofensas, ataques e ameaças contra ministros da Corte.

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As investigações do inquérito 4.781 são conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes. Os policiais cumprem mandados em endereços em Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e no Distrito Federal. Políticos, empresários e ativistas bolsonaristas estão entre os alvos da investigação.

O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, o dono da Havan, Luciano Hang, e assessores do deputado estadual paulista Douglas Garcia (PSL) estão entre os investigados. Hang teve celulares apreendidos durante a operação.

A investigação busca o grupo suspeito de operar uma rede de divulgação de notícias falsas contra autoridades, além de quatro possíveis financiadores dessa equipe. Além de Hang, estão entre esses supostos patrocinadores o empresário Edgard Corona, dono da rede de academias Smart Fit, e o investidor Otávio Oscar Fakhoury, também alvos de busca e apreensão.

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Quem são os alvos da operação contra fake news

– Roberto Jefferson: ex-deputado, presidente nacional do PTB. No Twitter, Jefferson disse que o mandado expedido pelo ministro Moraes autorizou a apreensão de computadores e armas. Ele escreveu "atitude soez, covarde, canalha e intimidatória, determinada pelo mais desqualificado Ministro da Corte. Não calarei. CENSURA".

Luciano Hang: dono da rede de lojas Havan. Em uma live na manhã desta quarta-feira, ele negou que tenha atentado contra o STF

– Edson Pires Salomão: presidente nacional do Movimento Conservador (ex-Direita SP) e assessor do deputado estadual paulista Douglas Garcia (PSL)

– Rodrigo Barbosa Ribeiro: assessor do deputado estadual paulista Douglas Garcia (PSL). Em vídeo, o parlamentar afirmou que o propósito da ação do STF é "calar os conservadores".

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– Edgard Corona: dono da rede de academias Smart Fit

– Otávio Oscar Fakhoury: investidor e um dos coordenadores do grupo Avança Brasil

Allan dos Santos: blogueiro apoiador de Bolsonaro e editor do site Terça Livre. O site informou que celulares e computadores de Allan foram apreendidos, e classificou a ação como "intimidação".

– Sara Winter: ativista, lidera um grupo denominado 300 do Brasil. Eles formaram um acampamento para treinar militantes dispostos a defender o governo Bolsonaro. Nas redes sociais, ela escreveu: "Moraes, seu covarde, você não vai me calar!! Meus advogados já chegaram, vamos pra cima! O Brasil não será uma ditadura"

– Reynaldo Bianchi: humorista, postou nas redes sociais vídeo com o mandado de Moraes, no qual critica a operação contra as fake news

– Marcos Dominguez Bellizia: ativistas do Nas Ruas, movimento que se autodescreve como "de combate à corrupção e impunidade, fundado em julho de 2011"

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– Bernardo Kuster: Diretor de Opinião do jornal Brasil Sem Medo, autointitulado como "o maior jornal conservador do Brasil"

– Marcelo Stachin: que participou de acampamento em Brasília

– Winston Rodrigues Lima: Capitão da reserva da Marinha, mais conhecido como Comandante Winston

– Enzo Leonardo Suzi: youtuber com mais de 172 mil inscritos no canal

Além desses, também são alvo Rafael Moreno (SP), Paulo Gonçalves Bezerra (RJ) e Eduardo Fabris Portella (PR).

Parlamentares serão ouvidos em investigação

Oito parlamentares são investigados na operação contra fake news, mas não há mandados para recolhimento de material em seus endereços. Moraes determinou que eles sejam ouvidos em dez dias e proibiu que suas postagens em redes sociais sejam apagadas.

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São eles: deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Lúcio da Silveira (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Junio do Amaral (PSL-MG), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PSL-SP), além dos deputados estaduais Douglas Garcia (PSL-SP) e Gil Diniz (PSL-SP).