O bandolim chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses e dos italianos. Jacob do Bandolim (1918-1969) perpetuou a sua sonoridade em choros inesquecíveis, tornando-o uma das marcas da identidade musical do país. Já nas mãos de Hamilton de Holanda, um dos grandes instrumentistas da contemporaneidade, chegou pelo avô, quando tinha cinco anos. Inventivo, ele adicionou cordas e libertou o instrumento para muitas outras possibilidades, inclusive para os ritmos brasileiros, como os que mostra no show que está percorrendo o país e será apresentado amanhã em Florianópolis, no Teatro Pedro Ivo.

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Na turnê Pelo Brasil, o bandolinista de 39 anos exalta ritmos como choro, chamamé, baião, maracatu, samba e moda de viola. É uma travessia musical de norte a sul em que abre mão do quinteto que o acompanha para apresentar sozinho um repertório autoral e inédito.

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– É novidade o show solo, mas ele é multimídia, com cenário, projeções e sonoplastia. Compus 14 músicas para o projeto – diz.

O espetáculo dirigido por Marcos Portinari é interativo. Em um dos momentos, por exemplo, o músico toca com a própria imagem de quando era uma criança de seis anos. Será criada também uma música ao vivo, em que ele e a plateia percorrerão juntos o processo de criação. A turnê por 14 Estados foi viabilizada com patrocínio da Petrobras.

O virtuosismo de Holanda e a originalidade com que toca fizeram dele um dos músicos mais celebrados dentro e fora do país – artista que faz música brasileira universal, sem amarras a classificações e aberto à espontaneidade, ao moderno e à tradição. Lá fora é conhecido como o Jimi Hendrix do bandolim. Em 18 anos de carreira arregimentou nada menos do que 28 lançamentos.

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O bandolim de 10 cordas

Holanda define o bandolim como um instrumento que é bravo e ao mesmo tempo doce. As origens remontam à Itália do século 16. Em formato de pera, tem quatro pares de cordas com afinação muito próxima à do violino.

– É por meio dele que consigo chegar mais longe na expressão artística. Parece difícil, mas tem as cordas duplas que dão um charme – explica.

PARA OUVIR – Capricho do Sul, por Hamilton de Holanda:

Ele estudou violão, baixo, piano e sentiu falta do grave. Há 12 anos teve a ideia de aumentar o bandolim colocando um par de cordas a mais, deixando-o com sonoridade mais cheia, com melodia e acordes juntos.

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– Eu persigo a beleza. Antigamente não pensava nisso. Mas quero que meu pai e meu filho gostem da minha música, que seja para todas as gerações. Que toque no coração, acarinhe a alma. A música que faço não tem letra. É melodia. Quero que passe um sentimento, porque a música é um canal. Não fala nada, mas se sente.

AGENDE-SE

O quê: show Pelo Brasil, de Hamilton de Holanda

Quando: amanhã, às 20h

Onde: Teatro Gov. Pedro Ivo (Rod. SC-401, 4.600, Saco Grande, Florianópolis)

Quanto: R$ 40 / R$ 20 (meia), à venda no Blueticket

Informações: (48) 3665 1630