O movimento fundamentalista islâmico da Palestina, o Hamas, classificou como “uma grande vitória” a suspensão dos voos internacionais para Israel, por temor em relação a disparos de foguetes palestinos.
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– O fechamento do espaço aéreo israelense é uma grande vitória para a resistência – declarou o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zouhri, em um comunicado.
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Israel tentava se organizar, nesta quarta-feira, depois que várias companhias aéreas – tanto da Europa quanto da América do Norte – suspenderam seus voos a Tel Aviv por razões de segurança. Um foguete explodiu na véspera perto do aeroporto internacional da segunda maior cidade israelense.
As autoridades ordenaram a abertura de um aeródromo no sul do país, e a companhia aérea israelense El Al anunciou que aumentará seu número de voos. De acordo com o presidente israelense, Shimon Peres, a suspensão dos voos causa um temor ainda maior na população:
– Isso se traduzirá em mais disparos de foguetes e em um risco maior não apenas para Israel, mas para o mundo.
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Enquanto isso, os bombardeios e os disparos de tanques prosseguiam nesta quarta-feira em Gaza. Cinco palestinos, entre eles duas crianças, morreram perto de Khan Yunes, no sul do reduto. Do lado israelense, um trabalhador estrangeiro morreu ao ser atingido por um projétil lançado de Gaza.
Segundo a ONU, a maioria das vítimas palestinas são civis. O último balanço disponível é de 678 mortos, um número difícil de verificar, levando-se em conta o caos que reina na Faixa de Gaza.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, reconheceu que seus esforços para alcançar uma trégua durante um giro pelo Oriente Médio fracassaram. A direção palestina, reunida de urgência na noite de terça-feira em Ramallah, fez um chamado a “manifestações populares gerais de solidariedade com Gaza e a resistência”.
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Pressão sobre Israel aumenta por cessar-fogo em Gaza
Israel prosseguia nesta quarta-feira com sua ofensiva em Gaza, apesar da pressão internacional, que aumentou com as denúncias da Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU sobre possíveis crimes de guerra. Navi Pillay denunciou os ataques indiscriminados do Hamas contra zonas civis em uma reunião extraordinária do Conselho de Direitos Humanos em Genebra.
– Existe uma alta possibilidade de que o direito humanitário internacional tenha sido violado, o que pode constituir crimes de guerra – declarou, citando como exemplo a destruição de casas e os civis mortos, entre eles muitas crianças, como resultado da operação israelense em Gaza.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), por sua vez, conseguiu uma breve suspensão dos combates em duas zonas devastadas da Faixa de Gaza para permitir a passagem de comboios humanitários.
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O chefe da diplomacia americana, John Kerry, que chegou nesta segunda-feira a Cairo, no Egito e foi nesta quarta-feira a Israel, buscava, por sua vez, alcançar um cessar-fogo entre o Estado hebreu e o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
– Sem dúvida, demos alguns passos, mas ainda há muito trabalho – declarou Kerry durante um encontro com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que expressou certo otimismo:
– Estamos unindo nossas forças para obter uma trégua o quanto antes. Não temos tempo a perder – afirmou.
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Kerry também se reunirá com o presidente palestino, Mahmud Abbas, em Ramallah, na Cisjordânia, e com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, em Israel.
A comunidade internacional denuncia os ataques com foguetes do Hamas contra Israel – que motivaram o início da ofensiva terrestre -, mas multiplica as críticas contra a operação, já que a maioria das vítimas dos bombardeios contra Gaza são civis.
O ministro das Relações Exteriores palestino, Riad Malki, acusou Israel de cometer um crime contra a humanidade e exigiu uma investigação internacional.
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– Israel está cometendo crimes hediondos. Israel destrói completamente bairros residenciais. Isso é um crime contra a humanidade – declarou Malki durante a reunião de Genebra.
*AFP