O Hamas aceitou uma trégua humanitária de 24 horas a partir das 14h locais deste domingo (8h, no horário de Brasília) depois que Israel anunciou a retomada de seus ataques na Faixa de Gaza após um cessar-fogo de um dia.

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– Em resposta à proposta da ONU (…) foi acordado entre os movimentos da Resistência uma trégua humanitária de 24 horas – afirmou em um comunicado o porta-voz do movimento islamita palestino, Sami Abu Zuhri.

Pouco antes deste anúncio, o exército israelense havia colocado fim à trégua humanitária que mantinha desde sábado e retomou suas operações em Gaza em resposta aos “tiros incessantes de foguetes por parte do Hamas”, segundo um comunicado militar.

Israel reagiu ao anúncio acusando o Hamas de violar o cessar-fogo que ele mesmo pediu e afirmando que as operações israelenses em Gaza irão prosseguir:

– Eles estão violando seu próprio cessar-fogo. Sob estas circunstâncias, Israel vai fazer o que for necessário para defender seu povo – declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à rede de televisão CNN.

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Os novos ataques, que mataram ao menos oito palestinos, ocorreram dez horas depois de Israel anunciar que estava disposto a observar uma trégua durante 24 horas adicionais.

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Neste sábado, os ministros das Relações Exteriores de Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Turquia e Catar reunidos em Paris pediram uma extensão do cessar-fogo humanitário, em vigor em Gaza durante 12 horas. Estes países tentavam encontrar uma forma de colocar fim a 20 dias de violência dentro e nos arredores do enclave palestino que custou a vida de mais de 1.000 palestinos, em sua maioria civis, e de mais de quarenta israelenses, principalmente militares.

Graças a uma decisão do gabinete de segurança israelense de prolongar a pausa nos combates durante 24 horas, em conformidade com um pedido das Nações Unidas, os habitantes de Gaza tiveram sua primeira noite tranquila em três semanas. Mas a decisão israelense não havia sido apoiada pelo Hamas. Este movimento, que controla a Faixa de Gaza, disse inicialmente que não colocaria fim aos seus ataques até que os blindados israelenses se retirassem do enclave palestino.

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– Nenhum cessar-fogo humanitário é válido se os tanques israelenses não se retirarem da Faixa de Gaza – havia afirmado o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum.

Manifestantes e policiais entraram em confronto em Paris

Foto: Kenzo Tribouillard / AFP

O conflito chega ao seu 19º dia com saldo de 1.033 palestinos e 46 israelenses mortos. No sábado, os bombardeios provocaram manifestações ao redor do mundo pelo fim dos ataques. Em Tel Aviv, velas foram acendidas na Praça Rabin pedindo o fim da ofensiva militar israelense. Na França, um protesto de apoio aos palestinos terminou em confusão entre polícia e manifestantes – as autoridades francesas haviam proibido a manifestação. Já em Londres, houve protesto em frente à embaixada de Israel.

* AFP