Desespero, preocupação e esperança. Esses são os sentimentos que dominam um grupo de haitianos que mora na zona Leste de Joinville quando o assunto é a condição das famílias que vivem no Haiti após a passagem do furacão Matthew.
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– Muitas das nossas famílias tiveram as casas destelhadas. E não há como se comunicar – afirma o carpinteiro Wilthonn Cardichon, com um português ainda precário.
Ele deixou quatro filhos no Haiti, com idades entre cinco e 14 anos. Estima-se que 1,4 milhão de pessoas precisem de ajuda rápida no Haiti. São moradores que ficaram sem abrigo, sem comida, sem roupas e que precisam também de atendimento médico.
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Os números oficiais apontam para pouco mais de 300 mortos. Extraoficialmente, as agências de notícias falam em mais de mil mortos. Mas para os haitianos que vivem em Joinville, já são mais de dez dias sem receber um telefonema ou fazer qualquer tipo de contato pela internet.
– A gente sabe que tem familiares mortos e não pode fazer nada. É muito triste – diz Wilthonn.
O impacto das enchentes e do vento foi devastador no país do Caribe, principalmente nas regiões Sul e Oeste, que ainda não tinham se recuperado do terremoto que ocorreu em 2010. A expectativa do grupo que mora em Joinville é de que o governo haitiano, com o apoio de organizações internacionais, faça funcionar o sistema de telecomunicações em breve.
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Assim, as notícias que chegam podem ser mais precisas em relação a familiares, amigos e ex-vizinhos. Wilthonn é um dos haitianos que chegaram a Joinville há três anos, na segunda leva de imigração. Os primeiros vieram logo após o terremoto de 2010.