As equipes de resgate procuram, neste domingo (15), sobreviventes no Haiti, um dia após o terremoto de magnitude 7,2 que deixou pelo menos 724 mortos e mais de 1.800 feridos no sudoeste da ilha. Muitos edifícios desabaram durante o sismo, prendendo centenas de moradores sob lajes de concreto.

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Durante a madrugada, bombeiros e civis trabalharam para vasculhar prédios destruídos em busca de parentes e amigos presos nos escombros.

– As primeiras intervenções, realizadas tanto por socorristas profissionais como por membros da população, permitiram retirar muitas pessoas dos escombros – afirmaram os serviços de Defesa Civil.

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O ministério da Saúde enviou pessoal e medicamentos, entretanto a logística de emergência está ameaçada pela insegurança que assola o Haiti há meses. Em pouco mais de dois quilômetros, a única estrada que liga a capital à metade sul do país atravessa o bairro pobre de Martissant sob o controle de gangues armadas desde o início de junho, impedindo a livre circulação.

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– Toda a ajuda deve passar – declarou o primeiro-ministro Ariel Henry na noite de sábado. 

O governo haitiano também está em alerta para os possíveis impactos da tempestade tropical Grace, prevista para chegar ao país caribenho no início da semana. Os efeitos da tempestade podem aprofundar a já frágil situação haitiana.

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Assistência internacional

O papa Francisco expressou sua solidariedade com a população do Haiti chamando atenção da comunidade internacional

– Envio minhas palavras de alento aos sobreviventes, esperando que a comunidade internacional se mobilize em seu favor e que a solidariedade de todos possa atenuar a consequência da tragédia – declarou o pontífice.

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A tenista japonesa Naomi Osaka, cujo pai é haitiano, doará a premiação de um torneiro às vítimas do terremoto.

– Essa devastação realmente dói – escreveu ela no Twitter.

A ajuda internacional já começa a chegar ao país. A República Dominicana, vizinha do Haiti na mesma ilha, anunciou o envio de 10.000 rações de emergência e equipamentos médicos. 

O Equador envia uma equipe de 34 bombeiros para participar das buscas, eles compõem o Grupo de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas, com conhecimentos em meteorologia, e contam com equipe de busca canina e tecnológica. Outros países da américa latina, México, Peru, Argentina, Chile e Venezuela, também se ofereceram para ajudar.

Um grupo de 253 médicos cubanos que residem no Haiti se deslocou para a área do terremoto com o objetivo de adequar a estrutura de um hospital atualmente usado para pacientes com Covid-19.

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Desastres naturais e epidemias no Haiti

  • 2004 
    Chuvas torrenciais no mês de maio provocam inundações que destroem vilarejos inteiros e matam cerca de 2.400 pessoas.
    Em setembro do mesmo ano, a passagem em série de dois furacões, Ivan e Jeanne, causou danos em várias partes do país, deixando 3.000 mortos e mais de 300 mil desabrigados.
    O desmatamento e a degradação crônica do solo pela agropecuária tornam o terreno do Haiti suscetível a inundações e deslizamentos de terra, agravando os efeitos de desastres naturais.
  • 2010 
    Em 12 de janeiro, um terremoto de magnitude 7 e com epicentro a apenas 25 quilômetros de Porto Príncipe destrói a infraestrutura do país e deixa mais de 200 mil mortos, além de 1,5 milhão de desabrigados. As vítimas incluem a médica sanitarista brasileira Zilda Arns, da Pastoral da Criança, e 18 militares brasileiros. Trata-se de um dos terremotos mais letais de que se tem registro. A estrutura de casas e prédios no Haiti é precária e incapaz de suportar os efeitos de tremores fortes.
    Em outubro do mesmo ano, tem início uma epidemia de cólera que viria a matar quase 10 mil pessoas e infectar 820 mil. Acredita-se que o surto tenha partido de tropas da ONU, lideradas pelo Brasil, que contaminaram um importante curso d’água.
  • 2016 
    A passagem do furacão Matthew em 4 de outubro deixa ao menos 546 mortos, além de 175 mil desabrigados. Mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas pela tragédia, que destruiu o equivalente a 22% do PIB do país naquele ano, de acordo com o Banco Mundial.
  • 2020 
    A chegada da pandemia de Covid-19 paralisa a economia do país, dificultando ainda mais a recuperação após a sequência de desastres naturais. Até a última sexta-feira (13), o Haiti havia registrado 20 mil casos e 576 mortes pela doença, mas, devido à falta de testes, acredita-se que esses números sejam bem maiores.
    O Haiti foi um dos últimos países no mundo a iniciar a vacinação contra o coronavírus, aplicando suas primeiras doses somente em julho de 2021. Um carregamento inicial de vacinas da AstraZeneca, fornecido pela Covax, foi recusado em maio, em razão de receio com possíveis efeitos colaterais.
  • 2021 
    Terremoto de magnitude 7,2 atinge o Haiti em 14 de agosto.

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